A HISTÓRIA DE UM SUICÍDIO COLETIVO ANUNCIADO
RICARDO HOLMER HODARA
Ninguém é uma ilha completa em si mesma; todo homem é um fragmento do continente, uma parte do todo; se o mar arrebata um penhasco, é a Espanha quem sofre a perda. O mesmo caso se trate de um promontório, de uma fazenda de seus amigos ou da sua própria -- a morte de um homem me diminui porque estou inserido na humanidade, e por isso nunca pergunte por quem os sinos dobram: eles dobram por ti. John Donne -- 1717 conclusão
O cometa Hale-Bopp ainda está visível e não colidirá com a Terra como previsto no Apocalipse, mas para o grupo Heavens Gate este parecia ser o sinal para se livrar da vida terrestre. O grupo era liderado por um homem homossexual e castrado chamado Marshall Applewhite (rebatizado de "Do") sendo formado na maioria por pessoas formadas de idades variadas e ligadas ao trabalho de informática. O grupo de 39 (21 mulheres e 18 homens) pessoas cometeu suicídio na crença de ser resgatado, dessa forma, na espaçonave alienígena que seguia na cauda do cometa. O maior suicídio coletivo realmente auto-consentido da história recente chocou a América tanto por ter sido realizado por pessoas de classe média quanto por ter misturado, numa espécie de novo sincretismo, mitos religiosos, bíblia, ficção científica e alta tecnologia. No lugar do tradicional bilhete dos suicidas, o grupo enviou um pacote completo, verdadeiro press release, para um ex-membro do grupo, narrando o feito: era composto de dois vídeo-tapes, uma carta e dois disquetes de computador.
A CARTA
A carta dizia: "estamos abandonando os recipientes que usamos durante a nossa misão terrena e estamos retornando para o mundo de onde viemos".
OS CORPOS
Todos os corpos vestiam roupa preta e tênis Nike pretos, e apresentavam cabelo cortado tipo escovinha. Estavam cobertos por um pano roxo e cada um tinha um triângulo na cabeça e no peito. Todos carregavam nos bolsos suas carteiras de identidade ou habilitação e mais cinco dólares e algumas moedas. Nos pés da cama da cada um havia uma pequena mala com seus pertences particulares. A casa estava limpa e arrumada e não havia indícios de que na última hora tenha havido resistência contra a idéia de suicídio, luta, imposição do uso de veneno ou assassinato.
O SUICÍDIO E O RITUAL
O suicídio aconteceu de forma organizada, por etapas, grupo após grupo, até que os últimos sobreviventes (apenas dois) cometeu o ato final. A primeira turma (15 pessoas) morreu na segunda feira, outros quinze na terça-feira, e os nove restantes na madrugada de quarta-feira. A morte foi causada por fenobarbital misturada ao vodka (em pudins ou suco de maçã) e seguida de asfixia com sacos plásticos de lixo. Os membros que iam adormecendo pelo uso da mistura sonífera iam sendo asfixiados pelos demais componentes do grupo. Comprovadas as mortes dos membros, os sacos eram retirados e seus corpos eram cobertos por um pano roxo e triângulos no peito e face. As duas últimas pessoas que cometeram suicídio ainda tinha os sacos plásticos nas cabeças.
AS PESSOAS
Os suicidas não eram adolescentes manipuláveis (embora sempre utilizassem as mesmas roupas) ou pessoas de nível intelectual inferior -- consistiam em adultos de, na maioria, quarenta anos e eram profisionais altamente qualificados. Financeiramente iam bem. Alugaram uma mansão no Rancho Santa Fé, o segundo metro quadrado mais caro da Califórnia.
O LÍDER
Applewhite nasceu no Texas filho de um pastor presbiteriano e se formou em música pela Universidade do Colorado. Era casado e pai de dois filhos, levando vida pacata até ter sido a mesma desfeita por um boato que veio a se converter em escândalo: a comunidade descobrira que Applewhite era homossexual. O resultado foi o divórcio e um colapso nervoso. Applewhite foi parar numa clínica para doentes mentais. Lá conheceu a enfermeira psiquiátrica Bonnie Lu Nettles, casada e mãe de quatro filhos (mais tarde chamada de "Ti") que compartilhava de seus delírios extraterrestres acreditando ser Applewhite um segundo Jesus Cristo.
Em 1972 os dois fugiram deixando tudo para trás e jamais voltaram para ver suas famílias e filhos. Começaram, então, uma longa viagem pelos Estados Unidos recrutando membros para a nova seita. Em 1975 "Do" (Applewhite) passou quatro meses preso por roubo de carro e posse de cartão de crédito roubado. Logo que se livrou, voltaram à tarefa de recrutar membros. Anunciavam em seus panfletos que descreviam a Nova Era como um tempo em que os Ets tomariam a Terra.
Aqueles que se juntassem a eles seriam salvos e partiriam para um mundo mais evoluído. As mensagens de Do e Ti ecoaram por mais de vinte anos na América. Grandes jornais veicularam suas idéias em anúncios e entrevistas. Até mesmo um filme foi inspirado na figura misteriosa dos dois viajantes -- "The Mysterious Two" -- onde apareciam como seres de outro planeta vivendo na Terra. Em 1985, Ti morreu de câncer.
RELIGIÃO E IDENTIDADE SOCIAL
A Religião foi uma parte significante de vida humana desde os começos de história. Ilusão agregadora, fonte fundamental de todas as identidades, projeção, mito de origem, "suposto original". Muito já foi teorizado sobre a função da religião do ponto de vista psicológico -- e sempre no sentido cognitivo (como explicar o mundo natural através de mitos) ou no sentido psicanalítico (como forjar uma identidade social e individual a partir do mito).
A religião também representou um papel importante no conflito humano ao longo das eras (visão marxista). Nas últimas décadas aconteceu muito conflito religioso que envolveu movimentos " de novas religiões, não convencionais, e controversas " -- daqui para frente "seitas religiosas não-convencionais" -- também conhecidas comumente como " cultos " ou seitas. Ações drásticas levadas por "seitas religiosas não-convencionais", como o suicídio de massa em Jonestown e o assédio em Waco, Texas, fez aumentar o interesse sobre os aspectos anti-sociais desses grupos. Uma quantia considerável de conflito relativo a "seitas religiosas não-convencionais" está em geral associada aos movimentos e à sociedade, ou a suas instituições, especialmente nos Estados Unidos -- fenômeno social em processo de globalização que poderá atingir o Brasil muito em breve. Até este ponto, um contexto de relações de intergrupo pode ser usado para estudo.
O conceito de que processos normais podem resultar em resultados indesejáveis ou patológicos em "seitas religiosas não-convencionais" será examinado. Os parâmetros sobre o que constitui um "seitas religiosas não-convencionais" não são muito claros. É claro que não há nenhuma distinção universalmente aceitável, simples e rápida, de "seitas religiosas não-convencionais" e outros grupos religiosos. Eu poderia dizer que há três tipos de grupos religiosos, a título de uma nosografia:
Religiões Clássicas, já instituídas socialmente e devidamente burocratizadas (Igreja Católica, Luterana, Judia, Hindu, Muçulmana, Taoísta). São aquelas religiões das quais as pessoas fazem parte "por tradição" -- isto é, mesmo sem sabedoria teológica ou prática exata de rituais.
Religiões Econômicas são formadas por grupos novos onde fatores de natureza pessoal ainda são determinadores da existência do culto, do processo grupal, dos rituais e, enfim, de toda a nova religião; sendo, eminentemente, fatores de natureza econômica.
Religiões da Nova Era, seitas modernas, ou "seitas religiosas não-convencionais" -- grupos controversos que misturam ciência High-Tech e ficção científica em novos sincretismos que destoam de qualquer evangelho de qualquer religião clássica ou econômica.
A única característica comum forte que pode distinguir uma "seitas religiosas não-convencionais" de uma religião convencional é a sensação de movimento, a ânsia das "seitas religiosas não-convencionais" para se expandir por todos os meios possíveis. Pesquisadores na linha de Psicologia da Identidade Social notaram que a sensação de movimento de "seitas religiosas não-convencionais" é manifestada como buscando mudanças estruturais na sociedade, assim como mudanças individuais em seus membros.
Observou-se que a interação entre grupos controversos e o ambiente social imediato contribui diretamente à formação geral de um critério de sociedade, sendo que está diretamente ligado à natureza desses grupos. No contexto de uma teoria de Identidade Social, esta interação serviria para prover oportunidades para o intergrupo de comparação social para os membros de uma "seitas religiosas não-convencionais".
Os resultados de comparação social, em troca, determinam a identidade social dos membros de grupo. No caso de "seitas religiosas não-convencionais", os resultados negativos e opressivos da interação com estranhos conduzem a uma identidade social inadequada. Aqui, a escolha de condições de descrição das "seitas religiosas não-convencionais" através de meios de comunicação de massas torna a maioria da sociedade comum mas a "seitas religiosas não-convencionais" "notável". Como parece estar se tornando claro, o termo " culto " ou "seita" comumente se refere a "seitas religiosas não-convencionais", mas leva a conotações fortemente negativas quando usado pela mídia impressa, apesar do termo ser neutro em ciência social.
Com a cobertura da mídia que é uma reflexão de normas culturais dominantes e valores da sociedade que está sendo servida, qualquer ação ou característica de "seitas religiosas não-convencionais" são informadas sob uma luz negativa. Rotular "seitas religiosas não-convencionais" como " cultos " evoca um esquema desacreditado que em troca conduz às pessoas do tipo que procuram comportamentos similares aos seus, assim como interpretação desses comportamentos, diretamente ao "seitas religiosas não-convencionais" e seus líderes -- o que acaba confirmando o esquema de culto.
Isto monta um ciclo de profecias e ações que se auto-cumprem de tal forma que há apenas uma pequena chance desse ciclo ser quebrado. Noções comuns associadas com o esquema de culto, como " lavagem cerebral " e " controle " da mente, são condições altamente subjetivas que se tornaram razões convenientes para remover membros de "seitas religiosas não-convencionais", vigorosamente, de seus grupos através de meios legais e ilegais. A única prova substantiva de que um membro de "seitas religiosas não-convencionais" foi "brainwashed" é sua pertença ao grupo...
Por esse motivo, todas as teorias que procuram demonstrar que as seitas existem porque "hipnotizam" ou manipulam seus membros, através de técnicas behavioristas ou de controle da mente, estão muito longe de qualquer explicação adequada -- são teorias fracas. No conflito em cima da comunidade de Rajneeshpuram, Oregon, por exemplo, os Rajneeshees foram denunciados por líderes de igreja, atacados por abaixo-assinados e cartas aos editores de jornal, e sujeitos a molestamento através de manifestantes. Depois disso, um hotel Rajneeshee foi bombardeado ao mesmo tempo em que foram arquivados processos contra a comunidade, junto com a maior investigação criminal da história do estado ...
Esse tipo de conduta reforça a existência das seitas, está claro, ao invés de produzir o efeito que -- pelo menos em nível consciente -- as autoridades lutam por extinguir. Mais um exemplo: Pouco antes do suicídio coletivo da Guiana, em 1978, depois da comunidade em Jonestown ter sido estabelecida, o reverendo Jones foi hostilizado supostamente pelo governo dos Estados Unidos. Acusações (infundadas) de prisão forçada de menores conduziram a uma investigação pelo Congressista Leo Ryan e pelo FBI. Acusações infundadas, desta vez de abuso sexual, foram postas contra a Filial Davidiana em Waco, Texas, apesar do fato dos funcionários e assistentes sociais envolvidos não terem achado nada que apoiasse a evidência naquele momento.
Essa contradição, entre desejo manifesto ou consciente e motivação inconsciente por parte das autoridades, resultou em um tiroteio entre os membros da comunidade e a agência americana de repressão ao Álcool, Tabaco e Armas de Fogo (ATF) -- o que resultou em 5 mortos naquele momento e no massacre do incêndio de Waco 2 meses depois. Também, o editor do jornal local foi citado como chamando a comunidade para lutar contra os davidianos "esta ameaça em nossa comunidade". Enfim, o aparecimento de " grupos de anti-culto " torna mais difícil até mesmo para "seitas religiosas não-convencionais" ganhar a aceitação da chamada sociedade comum ou "principal".
Por exemplo, no Meio-Oeste americano a organização de anti-culto local em Omaha desacreditou toda atividade da Igreja de Unificação (UC) na área. Em âmbito nacional, anti-cultistas tiveram êxito cortando por baixo esforços da UC para legitimização social -- trancando a admisão do UC como organização religiosa. O movimento de anti-culto também foi ativo promovendo a " noção de lavagem cerebral " e a cura alegada conhecida como " neuro-desprogramação ". A ameaça de ser seqüestrado e " desprogramado " minaram a moral entre membros de muitas seitas que passaram a temer a possibilidade de seus destinos passarem a ser decididos pela força da autoridade legal opressiva.
Também foram introduzidos tipos diferentes de legislação de anti-culto em vários estados, embora com sucesso limitado. Dada a atitude comprovadamente hostil da sociedade (espero ter deixado isso claro), uma identidade social inadequada seria derivada por membros de "seitas religiosas não-convencionais" -- oferecendo-se, dessa forma, um poderoso alimento para todo tipo de conduta paranóide pré-existente na formação geral de grupos ("suposto básico de grupo"). De acordo com minha teorização, portanto, uma teoria que possui raízes tanto nos estudos de psicanálise, dinâmica de grupo e cognição, os membros de "seitas religiosas não-convencionais" deveriam buscar uma mudança de status -- pelo menos probabilisticamente -- se fossem percebidas alternativas cognitivas presentes e possíveis. O problema, aqui, é que a natureza mesma das "seitas religiosas não-convencionais" como movimentos que buscam mudança em favor de uma "nova" Identidade, faz tal percepção de alternativas cognitivas estar sempre presente num infinito leque.
As "seitas religiosas não-convencionais" podem empregar 4 possíveis estratégias para aumentar a identidade social delas mesmas:
Absorção
Características de redefinição
Criatividade
Desafio direto
Como uma estratégia, absorção para a sociedade "principal" seria a menos anti-social possível. Mas seu uso em "seitas religiosas não-convencionais" está limitado devido à natureza de mudança e "transformação" dos movimentos. Por exemplo, embora o UC (Igreja da Unificação) busque um certo grau de legitimidade e respeitabilidade na sociedade, sua doutrina e misão a impede de abandonar sua singularidade.
A absorção, nessas condições, dificilmente seria suficiente para garantir a Identidade: se nos esforçamos para sermos aceitos como "bons" pela sociedade principal, acabaremos sendo como eles.
A estratégia de características de redefinição, simplesmente interpretaria características de grupo negativamente vistas como algo positivo. Esta estratégia era extensivamente usada pelo Dente de Engrenagem (filial argentina dos Meninos de Deus) na área de relações matrimoniais e sexuais. As normas de sociedade para fidelidade foram descartadas, assim como monogamia e moralidade, em favor de uma Lei de Dente De Engrenagem ou " Novo Amor ", um movimento que produziu poderosas críticas anti-cultistas em todo Mundo, incluindo na Argentina onde os Meninos de Deus foram caçados como instituição religiosa e presos.
Essa nova característica amorosa promíscua, no entanto, foi vista como um dever sagrado e um ato de amor divino para as mulheres do grupo: ter relações sexuais com homens de fora do grupo de forma a os conduzir a se tornarem novos membros do Dente De Engrenagem. Foi pedido para os maridos do Dente De Engrenagem que tolerassem tais ligações.
A estratégia criativa é introduzir dimensões novas no processo de comparação social, dimensões que apresentarão o grupo sob uma luz nova e positiva. Considerando que "seitas religiosas não-convencionais" são grupos que buscam mudar os estranhos para que estes passem a gostar destes e aceitá-los, as "seitas religiosas não-convencionais" sempre terão alguma forma de ensino que exalte a superioridade destas em alguma área espiritual já compartilhada e valorizada pela sociedade principal.
Os resultados da estratégia de desafio direto no conflito é a mais visível dentre as quatro estratégias. Aqui, o grupo com identidade social negativa compete contra o grupo dominante pelo status de hierarquia social. Estas competições podem ser manifestadas na forma de não-cooperação, atitudes hostis, desrespeito para com desejos locais, sabotagem, conflito armado, e assim por diante.
Essa estratégia é freqüentemente usada por "seitas religiosas não-convencionais", e muitas vezes o conflito resultante conduz à queda do grupo. Os eventos que aconteceram na comunidade do Templo em Jonestown na Guiana (1978) provavelmente é uma das confrontações mais famosas entre "seitas religiosas não-convencionais" e sociedade antes de Waco. Quando o congressista Leo Ryan estava deixando a fazenda-templo, depois de uma misão de cartas marcadas a Jonestown, ele e seus assessores foram atacadas por pistoleiras da comunidade. Muitos deles (inclusive o congressista Ryan) foram mortos.
Psicólogos, na época, argumentaram que o tiroteio foi precipitado pela possibilidade da seita ser desacreditada e desmascarada, perdendo a identidade duramente construída, diante do grande público americano, mais que pelas possibilidades de uma ação repressiva do congresso americano em país estrangeiro (Guiana).
Por outro lado, também se pode postular que o próprio assassinato havia produzido uma crise nova: as possíveis represálias do governo americano na tentativa de "vingar" seu "membro" morto (o deputado Ryan).
A estratégia de desafio direta é demonstrada então, mais adiante, em forma de epílogo trágico, pelo suicídio em massa na comunidade -- comunidade que fazendo isso, acabou por tornar tal punição impossível para as autoridades americanas; algo que na fantasia gerada pela estratégia de desafio direto sempre poderia ser feito pelo inimigo de uma forma mais dura e definitiva, como num processo bíblico de extinção total e apocalipse.
Outra "seita religiosas não-convencionais" que recorreu à violência foi a Filial Davidianos em Waco. Quando os agentes da ATF atacaram o complexo, os membros resistiram, o que resultou em um tiroteio mortal. Depois dos membros da seita terem trocado tiros nas proximidades do complexo, eles passaram a se preparar para mais confrontação adicional -- enquanto aqueles que deixaram a comunidade recusaram cooperar com as autoridades e prover informação (mantendo a estratégia!).
Quando o complexo foi queimado completamente, finalmente, os membros ainda se recusaram a se render à autoridade e escolheram morrer nas chamas em lugar de se submeter. No conflito de Rajneeshpuram, nenhuma vida estava perdida mas todavia os elementos de conflito direto pela "seita religiosas não-convencionais" ainda eram evidentes. Contra-demonstrações eram organizadas, e a comunidade montou sua própria força armada. Membros de comunidade também eram envolvidos em envenenamento do pessoas da pequena cidade de Antílope, ali perto. Iniciação ativa de ação hostil também foi vista entre membros da Scientology que, agressivamente, ameaçam processos contra qualquer um que entre em contato com o grupo sem ser um recruta potencial.
Para avançar a credibilidade dessas explicações baseadas na necessidade social por Identidade, das ações anti-sociais realizadas por "seitas religiosas não-convencionais", é necessário investigar se uma nova identidade social suportável resultaria (beneficamente) de uma falta de tais ações nas "seitas religiosas não-convencionais". Quanto a isso, se observou que nos Países Baixos, se comparado aos Estados Unidos, os eventos em Rajneeshpuram foram vistos de uma luz mais positiva em favor da comunidade alternativa, e indicam um nível mais alto de tolerância das "seitas religiosas não-convencionais" naquela sociedade européia.
Ao mesmo tempo em que os Rajneeshee comungam naquele país, este passou a ser livre de dificuldades maiores com a sociedade principal. Enquanto estes achados não possam conduzir a juízos de causação, eles são, todavia, favoráveis às explicações de Identidade Social.
A teorização não especifica que as prioridades entre cada uma das quatro estratégias de mudança de intergrupo são fixas. No caso de "seitas religiosas não-convencionais", porém, estas prioridades podem ser atribuídas à maior ou menor discrição do líder -- que na maioria dos casos exercita níveis altos de controle no grupo.
Assim, os líderes escolhem entre as estratégias -- o que está fora do âmbito de minha teorização sobre dinâmica intergrupo. Pesquisas que buscassem prover prova experimental das explicações de busca por Identidade Social, poderiam olhar na quantia de hostilidade que os membros de "seitas religiosas não-convencionais" sentem do exterior, e investigar se há uma correlação entre hostilidade percebida e medidas anti-sociais do grupo.