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ROTEIROS ILUSTRADOS
Mídias Digitais: TV Digital e Integração de Outras Mídias - Resumo

Resumo: Este vídeo aborda o debate sobre a convergência de mídias e novas tecnologias, perpassando pelos conceitos de regulação, portabilidade, web 2.0, vantagens e desvantagens da aprendizagem colaborativa mediada por tecnologias digitais.

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A duração deste filme é de 55 min 53 seg

Introdução -apresentação dos professores convidados ao debate e exibição de reportagem sobre convergência de mídias

Participam do debate Raul Colcher Diretor de Normalização da Assespro do RJ, Marcelo Bressanim da Gerência de Ação Cultural do Sesc/SP para áreas de Cultura Digital, Cinema e Vídeo e Pedro Paranaguá Professor da Fundação Getúlio Vargas.
Exibição de reportagem sobre a convergência e integração das mídias, onde entrevistados apontam que na medida em que passamos a produzir, adquirimos condições de criticar o que já é produzido. Então, as pessoas estão produzindo seus vídeos competindo com a TV, por isso podem criticar. A televisão não tende a crescer em audiência, mas a diminuir, porque as pessoas não vão deixar de assistir televisão, mas o meio será dividido entre Internet, TV e outras mídias. A tv terá que abrir espaço para o telespectador e vai ter que descer do pedestal e vai ter que passar a ouvir e servir ao telespectador.
Já o fenômeno dos blogs ajuda a entender o que poderá vir pela frente em termos de interatividade para o telespectador. A Internet não vai acabar com a televisão, pois as mídias sempre vão conviver e uma não vai matar a outra.

Parte 2 – Os professores debatem sobre a convergência de mídias.

Sobre convergência, explica o professor, Raul Colcher, que podemos pensar no plano dos dispositivos que usamos no dia-a-dia como o celular que se tornou muito mais do que um telefone. Então, podemos pensar a convergência sobre o plano das plataformas e sobre o plano das tecnologias que estão começando a concorrer para que esse universo de serviços tecnológicos avançados se disponibilize para as pessoas. O exemplo mais claro é o advento da Internet, não somente, como fenômeno de comunicação interpessoal, mas como meio de pesquisa e etc. E se tornou um grande desafio para a área de telecomunicações, porque grande parte dos conteúdos e das mídias que circulavam nos meios de comunicação convencionais, agora circulam pela Internet com toda uma revolução.
Sobre a questão da convergência e da regulação da Internet, o Professor Pedro Paranaguá aponta que a tecnologia da TV Digital é essencial, mas mais do que isso é a utilização desse potencial. E, para entender melhor o que é a convergência, por exemplo, na Europa o Itunes, se a pessoa baixar música e desejar escutar em outros tocadores como o Media Player não será possível, porque os sistemas não são interoperáveis e não conversam entre si. O que aconteceu foi que várias associações de consumidores entraram com ações judiciais na Europa e por isso, a Apple está sendo condenada a abrir o código de programação do Itunes para funcionar em outros tocadores digitais. Então, é essencial que o conteúdo da TV Digital possa ser, também, utilizado em celular ou num computador portátil. Essa convergência entre mídias e aparelhos é extremamente importante para que o potencial da TV Digital seja aproveitado.
O professor Marcelo Bressanim salienta que a tecnologia tem que buscar conversar com as necessidades das pessoas que consomem tecnologia, não pelo que a tecnologia ou o que objeto representa em si, mas por aquilo que traz de acréscimo e qualidade de vida e exercício da cidadania para as pessoas.

Parte 3 – O apresentador entrevista pessoas no centro do RJ sobre a convergência de Mídias e sobre portabilidade do celular

Neste bloco do programa o apresentador entrevista pessoas na rua para verificar a opinião e as dúvidas sobre a convergência de mídias. Em que o entrevistado fala que dentro de pouco tempo o celular poderá estar acessando os conteúdos da TV Digital, porém o Brasil precisará ajudar com o preço dos serviços de acesso ao celular que ainda são muito caros.
Sobre a portabilidade Raul Colcher responde que podemos supor algumas coisas, como por exemplo, as possibilidades de banda larga via celular, transmissão de programas de TV para plataformas como um computador portátil. Mas, não podemos afirmar que será a aplicação mais requerida pelas pessoas. E a possibilidade de transferir telefonia junto com imagem abre caminho para fazer coisas muito diferentes, como transferir vídeos orientados de acordo com a localização das pessoas.

Parte 4 – Apresentação de reportagem sobre web

Neste bloco do programa é exibida a reportagem sobre a web 2.0, que tem como conceito a web 2.0 como aquela que todos ajudam a fazer, como exemplo os blogs, fotologs, wikipédia, podcasts, em que os usuários podem compartilhar idéias, textos, fotos e álbuns.
Os entrevistados falam que o grande exemplo disso é o Youtube que apela para a nossa vida cotidiana e para algo que nos é familiar como a cultura áudio visual. O acesso é fácil e tem uma quantidade absurda de vídeos e, é aberto a participação que com uma webcam sem qualquer recurso técnico podemos fazer vídeos e colocar para que todos assistam.
Nos Estados Unidos a audiência no Youtube cresceu 1.972 % e no Brasil a audiência quadruplicou entre 2006 e 2007.
A idéia da web 2.0 é uma arquitetura de participação, ou seja, existe uma estrutura na Internet onde as pessoas que acessam de certa maneira colaboram para criar o conteúdo que está publicado.

Parte 5– Discussão sobre as mudanças que o uso da Internet faz frente a televisão

Sobre esse tema o professor Marcelo fala que é preciso considerar que existe uma facilidade maior de apropriação dos conteúdos quando sabemos como eles são produzidos. A mudança frente a televisão está no fato de que se faz um exercício critico a própria televisão quando se apropria da linguagem áudio visual, o que não muda a forma de ver Tv, mas a forma de consumir.
O teleposto de Tocantins questiona sobre o uso de parabólicas com a chegada da TV Digital. O Professor Raul responde que a TV Digital é planejada para que possamos continuar recebendo os conteúdos da televisão que já possuímos, ou seja, ela é compatível com a televisão aberta convencional. Mas se for necessário ter acesso a qualidade superior seja a interatividade que a TV Digital disponibiliza será necessário dispor de um equipamento apropriado que é um conversor para acoplar na televisão comum. Esse equipamento vem sendo muito discutido por conta do preço alto.

Parte 6 – Entrevista com a representante da Associação Nacional das Operadoras de Celular e debate sobre regulação e direitos autorais

O apresentador entrevista uma representante da Associação Nacional das Operadoras de Celular que fala sobre a convergência. Ela diz que o celular está se tornando a quarta tela para vídeo depois da TV, do cinema e do PC. O grande diferencial será a produção de conteúdo específico para o celular respeitando as características do aparelho que exige uma narrativa mais ágil, primeiro plano, poucas externas e mais interatividade, abrindo assim, mais oportunidade para produtores independentes, para novos diretores e novos atores para essa nova mídia. O que faz abrir novos espaços para esse novo formato que, inclusive, já existem operadoras trabalhando com canais específicos para celular com pílulas de conteúdo e com conteúdos curtos adequados para celular que requer mobilidade.
O Professor Pedro fala sobre a regulação e direitos autorais para essa tecnologia. Ele afirma que com a tecnologia digital a cópia é fácil de ser feita com qualidade e quase a custo zero. Onde por um lado é uma vantagem e por outro é um problema, como para a indústria de conteúdo que não recebe os direitos autorais com essas cópias. Porém hoje, existe uma tendência a flexibilizar as leis de direitos autorais, principalmente no Brasil, para que vários usos lícitos e legítimos possam ser feitos. Existe uma parceria com o Ministério da Cultura para fazer estudos comparados sobre legislação estrangeira para propor um projeto de lei para modificar a lei de direitos autorais para que ela possa promover um maior acesso ao conhecimento e conteúdos.

Parte 7 – Debate sobre vantagens e desvantagens da aprendizagem colaborativa mediada pelas tecnologias

Participação do teleposto de Maranhão questionando sobre as vantagens e desvantagens dos projetos de aprendizagem colaborativa mediados pelas tecnologias digitais.
O professor Marcelo responde que, basicamente, não existe aprendizagem que não seja colaborativa, mas a maior vantagem das tecnologias para mediar esse processo é o exemplo do das comunidades que trabalham e desenvolvem software livre. Onde existem milhares de pessoas espalhadas pelo mundo inteiro pensando, colaborando e buscando como fazer e resolver problemas que são comuns. Essas soluções são mais fáceis quando se tem colaboração em rede, sabendo-se que o produto dessa colaboração deve ser igualmente socializado para àqueles que ajudaram a construir esse conhecimento ou que se interessam por ele, pois não é um conhecimento restrito e mantido fechado.
Participação de São Paulo questionando sobre computadores que possam receber sinal da TV Digital.
O professor Raul responde que mesmo hoje para que o computador possa captar sinal da TV ele precisa de equipamentos e, não será diferente com a TV Digital que precisará de dispositivos que traduzam o sinal para visualizar os conteúdos na tela do computador. O que se precisa questionar é se o conteúdo que queremos ver no computador é o mesmo que queremos ver na TV? Porque a experiência da televisão é coletiva, enquanto que a do computador é mais individual.

Parte 8 – Entrevista nas ruas do RJ sobre uso das tecnologias pelo celular.

O apresentador entrevistas pessoas na rua questionando sobre tecnologia celular. O entrevistado fala que sobre celular teria restrições para o uso por conta do preço e da violência nas cidade, porque ele poderá utilizar os serviços pela Internet em casa com mais segurança. Além disso, ele salienta que precisará verificar se a qualidade da resolução for boa, se o preço for acessível e com conteúdos de interesse usaria a tecnologia.
O professor Raul fala sobre a entrevista dizendo que é inimaginável as pessoas caminhando pela rua e assistindo programas no celular, porém é provável e viável fazer do celular uma plataforma para obter mídias específicas e com conteúdos específicos apropriados para ele.
As transmissões dos conteúdos em celulares envolve aspectos tecnológicos e regulatórios, que deverá ser discutido entre as emissoras de TV e as operadoras de telefonia celular. Pois, as operadoras defendem a necessidade de um canal específico para os seus serviços e as emissoras defendem que o tipo de concessão em que estão sujeitas tem um tratamento distinto de competição desigual.
E, sobre a questão da aprendizagem colaborativa, o Professor Pedro diz que a tecnologia pode ser utilizada para melhor a forma do ensino participativo. No curso de Direito à distância ad Fundação Getúlio Vargas utilizam um wiki para as aulas, estimulando a participação dos alunos, incentivando a construção de conhecimento e o wiki serve como fonte para os estudos dos conteúdos. O curso possui tutores pró-ativos que acompanham e estimulam os alunos o tempo inteiro.

Parte 9 – Entrevista com Associação Nacional das Operadoras de Celular

A entrevistada fala sobre o mercado de celulares para o serviço de TV dizendo que hoje é estimado que 25% dos aparelhos têm recurso para vídeos, mas tende a crescer rápido com muito potencial, pois reúne duas plataformas populares no Brasil que são a TV e o celular.
E a medida que se tem mais escala os preços tendem a cair.
Sobre a entrevista, o professor Marcelo fala que acredita que o brasileiro sempre assistiu TV passivamente e, com o público usando outras fontes de imagem e vídeo, muda apenas a relação de crítica com está sendo assistindo.


Parte 10 – Considerações finais sobre o programa

O professor Pedro salienta que é preciso ter preços acessíveis tanto para os celulares quanto para os conversores de TV Digital, tendo em vista o poder econômico dos brasileiros. Ainda não sabemos muitas informações sobre essas tecnologias como preços e se terá trava anti-cópia. Além disso, a interatividade é essencial para o uso da TV Digital.
O professor Raul enfatiza que a TV Digital e a integração com outras mídias cria oportunidades e, no Brasil precisamos oportunidades para criação, oportunidades para o meio científico, pesquisadores, empresários e profissionais. A TV Digital no Brasil será diferente e apropriada para a região.
O professor Marcelo finaliza o programa falando sobre o público do programa Mídias apontando que é essencial que o público escolar, os educadores e estudantes, pensem nas necessidades em relação a essas novas mídias para a busca de conhecimento.