ROTEIROS ILUSTRADOS
.:::Debate: Mídias na Educação - Do rádio à TV e ao vídeo em sala de aula :::.

Resumo: Este vídeo aborda a inserção das diferentes mídias no processo educacional apontando significativas contribuições para a aprendizagem. Incluindo o rádio como mídia que constitui tema de interesse para estudos e pesquisas .

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A duração deste filme é de 52 min e 24 seg

Parte 1 - Apresentação do tema e dos participantes do debate

Os apresentadores fazem uma reflexão inicial sobre o tema do programa apontando que “no País em que a televisão é a principal fonte de informação e entretenimento para a população, discutir a função pedagógica dessa veiculo é muito importante. Uma discussão que, no entanto, precisa incluir o radio e outras mídias que têm significativas contribuições para a prática pedagógica”. Bárbara Pereira e Murilo Ribeiro apresentam os participantes do debate relativo a utilização da TV, do rádio e do vídeo em sala de aula: o Gestor de Planejamento Educacional do Ministério da Educação e Coordenador da Rádio Escola Mathias Gonzales Souza, o Diretor do Instituto UFC Virtual da Universidade Federal do Ceará Mauro Cavalcante Pequeno e a Pesquisadora do Núcleo de Comunicação e Educação da Universidade de São Paulo Patrícia Horta.


Parte 2 - Exibição da Reportagem “O papel do rádio” e os professores convidados discutem o tema

Apresentação da reportagem sobre o Papel do Rádio para a sociedade e sua contribuição para educação, bem como de sua integração com outras mídias em sala de aula.
Os apresentadores fazem a abertura da reportagem informando que “no início do século XX surgiu um veículo que revolucionou a história das comunicações: o rádio. A partir dessa invenção foram muitas as formas de utilização dessa mídia. Mídia que serve tanto para entreter como para informar e educar.
A reportagem mostra que em 1923, Edgar Roquette-Pinto, funda a primeira rádio no Brasil, a Rádio Sociedade. A nova tecnologia nasce no País a serviço da educação.
Dominichi Miranda de Sá, curadora da Exposição sobre o rádio, fala que “hoje em dia, por exemplo, a gente quiser fazer uma comparação com o grande esforço do Roquete a gente pode pensar na Internet. Na popularização da educação pela Internet, como ela faz, enfim, as pessoas se comunicarem com muita facilidade. Essa era a idéia dele de tornar a ciência e a educação acessível por intermédio do rádio.”
Em 2005, uma exposição mostrou a vida e o legado desse visionário, onde o Professor de História, Ricardo Martins, fala aos visitantes que “o que Roquette-Pinto inaugurou foi mostrar caminhos, mostrar as possibilidades. Você não pode mais ficar preso apenas aquela forma tradicional de saber e como transmitir aquele saber. Por que ele queria essa rádio, a rádio Sociedade? Exatamente para fazer divulgação científica. Essa era a idéia dele. E essa rádio transmitia noticiário cultural sobre o que estava acontecendo na cidade, transmitia as informações de descobertas científicas, dava aulas de inglês, mostrava a música erudita. A idéia era divulgar e fazer uma divulgação cultural. O que interessa aqui é perceber o conceito que ele estava trabalhando. O conceito era usar a rádio como um elemento de divulgação de cultura mesmo e, não apenas entretenimento, mas fazer isso aliada a diversão.”
Transmitir informações é uma característica fundamental do rádio, uma mídia que tem um grande alcance e, relacionado a esse tema, a professora Selma Leite, Secretária Especial EAD/UFPA diz que “ quando surgiu os rádios ia acabar com os livros, mas não acabou. Quando surgiu a televisão ia acabar com o rádio, mas não acabou. Nas pesquisas dizem que a rádio é o meio mais difundido. Então, cada novidade que vem, aparentemente ela vai suprimir o que existia anteriormente. Não. Todos os outros meios vão se modernizando eles são superados na medida em que eles não se modernizam.”
No Brasil, o rádio teve um papel fundamental na trajetória educação à distância e continua sintonizada em novos projetos. No programa de formação continuada Mídias na Educação a utilização do rádio como recurso pedagógico é pensada de forma integrada a outras tecnologias.
A professora Selma Leite aponta que “ o papel do curso de comunicação e da educação à distância como cursos que vão exigir diferentes mídias para fixar melhor a aprendizagem do aluno que está distante, que não está freqüentando as salas de aulas no sistema tradicional presencial, vai instigar essas pessoas a se formarem na direção de terem que conceber essa integração multimídia.”
Segundo Selma Leite, o profissional de educação de hoje vive uma nova realidade “ ele não pode pensar nem currículos, nem programas, nem texto de modo linear. Hoje, o mundo coloca um desafio para se romper com os sistemas tradicionais que estão aí.”

Após a exibição da reportagem o apresentador do programa pergunta como a escola pode utilizar as diversas mídias como recursos pedagógicos de maneira integrada, pensando no rádio, na televisão e no vídeo em sala de aula ? E como é que esta integração está prevista aí no projeto Mídias na Educação?

O professor Mathias Gonzales Souza responde que “os demais participantes do programa têm falado da perspectiva de poder se integrar às diferentes mídias no projeto pedagógico de uma escola. Porque, o rádio é uma coisa antiga se considerarmos a Internet e os recursos de comunicação mais atualizados, no entanto, o glamour que o rádio tinha ele não perdeu. Eu estava lembrando que uma pesquisa nacional de amostra por domicilio, o rádio está presente em 98% dos lares brasileiros perdendo apenas para o fogão. Então, é uma mídia presente em todos os lares e você pergunta como integrar essa mídia no processo educacional? Então, eu vejo que a televisão, o rádio, a mídia impressa, assim como, as novas mídias que estão sendo incorporadas como o telefone celular, passa a ser uma mídia também, porque hoje eu consigo ouvir um programa de rádio no meu celular. Então, veja o limite e a potencialidade que essas mídias quando integradas podem ter quando usadas pela escola. E, pensando no celular que também grava, filma, edita e ,então, as possibilidades são ilimitadas. E isso é muito bom, porque se pensava algum tempo atrás que a tecnologia ia avançar tanto que ia tomar o lugar do professor, mas o que a gente vê hoje é exatamente o contrário. A televisão, assim como as demais mídias, estão abrindo espaço para os profissionais e se aumenta esse leque de profissões ”

Sobre o mesmo tema, o professor Mauro Cavalcante Pequeno comenta que “nós temos que utilizar o maior número de recursos possíveis em favor da educação, tudo que a gente puder agregar para ajudar a educação é bem-vindo. A utilização de todas as mídias, todos os meios e todas as formas, tudo isso é importante para o professor, para melhorar a prática pedagógica e para aumentar o interesse do aluno pelo aprendizado. É tornar uma coisa prazerosa. Então, o uso das tecnologias na educação contribui para isso. Essa tecnologia, nós não estamos pensando em computador e Internet, na verdade é qualquer tecnologia que você possa integrar na escola e a sua prática pedagógica. O importante é o que você faz com ela, pois a tecnologia em si não significa grande coisa se ela estiver ali relegada. O importante é o que você faz com ela. E para isso tem que ter uma apropriação da tecnologia e, principalmente, da prática pedagógica, do que se pode fazer e explorar a tecnologia. Esse passo pode ser desmistificar o uso da tecnologia, acabar com esse receio do uso da tecnologia, achar que é uma coisa inacessível que eu não domino que, eu não sei como se trabalha e perder aquele receio. Aí é que está a filosofia do mídias que é da co-autoria, você usar a participação, vamos trabalhar juntos e vamos aprender juntos. E então, você a colaboração de alunos que vieram com outra perspectiva, que nasceram em outra geração e que dominam melhor a tecnologia ao invés da nossa, onde a tecnologia chegou quando já estávamos adultos. Mas aquela geração que foi criada com a a tecnologia tem mais facilidade e conhece melhor as linguagens. Então não há receio, pois dizer que ‘eu não ligo um aparelho porque não sei utilizar’, ‘eu tenho medo de utilizar o aparelho e medo de dizer que eu não sei’. Isso é uma bobagem! Vamos acabar com isso! Vamos utilizar juntos, não sabe vai pedir ajuda! ‘Quem é que sabe aqui na classe manusear o DVD?’ Porque pedir ajuda ao aluno não é vergonha de nada. Vamos utilizar as mídias de uma forma mais integrada, mas não esqueça que o importante é a prática pedagógica que está por trás.”

A professora Patrícia Horta comenta a mesma pergunta dizendo que “o eixo norteador do Programa Mídias na Educação é a integração de mídias na escola, então eu vou aproveitar as falas do Mathias e do Mauro para dar um passo a mais no debate. Eles vislumbraram esse ponto central da integração que é a criação de projetos. Então o trabalho em comunicação, necessariamente, prevê equipe, você não faz comunicação sozinho. Você não tem uma pessoa fazendo um programa, você tem uma equipe, fazendo um programa. É um trabalho, necessariamente, de coordenação de ações, é um trabalho de compartilhar fracassos e acertos. É aí que a gente vai fazendo comunicação e quando a gente compartilha fracassos e acertos a gente chega numa palavrinha mágica que é aprendizagem. Que é outro ponto central, discutir a integração das mídias pela metodologia de projetos vislumbrando a aprendizagem.
Mas, outro ponto que eu sublinho é a questão da autoria, porque quando você está trabalhando em conjunto todos nós somos autores. Quem é o autor do ‘Salto para o Futuro’? Todos têm uma parcela de autoria, essa co-autoria é de todos e está presente no fazer o rádio, a Tv e em produzir a mídia na sala de aula. Então o professor passa agora para outra perspectiva, muito diferente daquela sombra, falada pelo Mathias, que relembrou quando a tecnologia começou a se popularizar se tinha a idéia que iria superar o professor e acabar com a função do professor.”

A apresentadora questiona a professora Patrícia Horta se essa idéia já está superada? Você acha que ainda há um receio nesse uso? O professor ainda acha que as tecnologias vão substituir a aula dele?

A professora Patrícia Horta responde que “é um estereotipo ainda, ainda há esse receio, mas cada vez mais a gente tem ele passando isso para o passado, porque com a participação dos alunos em sala de aula e o professor se vendo como produtor ele vê que ele é cada vez mais central nesse diálogo.”

O apresentador interfere dizendo que “se ainda há, embora haja essa tendência de que esse seja um estereotipo que fique lá no passado, mas se ainda há essa idéia permanente na cabeça de alguns professores, talvez seria interessante discutir o papel desse professor que vai propor um trabalho utilizando essas diversas mídias”.

A professora Patrícia Horta Responde que “esse também, é outro ponto central, porque o papel dele muda. Na verdade, esse é um ponto muito interessante, porque se o professor se coloca na posição de produtor de mídia, qualquer uma delas, ainda na condição de detentor único do saber e, não da co-autoria e, não de que eu preciso trabalhar em equipe, aí sim, aí ele vai ser superado e ele vai ser substituído, porque ele não vai encontrar lugar, porque ele não consegue”.

A partir desse papel do professor que a professora Patrícia fala, a apresentadora pergunta, que possibilidades o rádio dá para esse professor na escola para desenvolver processos de aprendizagem, para desenvolver temáticas, para desenvolver projetos pedagógicos e quais são as possibilidades que a criação de uma rádio dentro da escola permitem ao professor desenvolver esse trabalho?
Além de animar a hora do recreio das escolas, adenda o apresentador.

O professor Mathias responde que “diria que nós temos milhares de escolas chamadas rádio-pátio, na verdade é uma coisa mais ou menos natural que surge entre os alunos que conseguem montar um pequeno estúdio e improvisam. Então, colocam uma mesa de som, colocam um aparelho de DVD, um aparelho de cassete, enfim, de acordo com os recursos que a escola e os alunos podem obter, eles criam. Então, de que forma projetos pedagógicos podem incorporar a mídia rádio, tornando o processo educativo mais gostoso, mais lúdico e mais eficaz?
Eu diria que o potencial do rádio é ilimitado, primeiro porque é uma mídia presente em nosso dia-a-dia. As pessoas ouvem rádio, as pessoas estão no seu cotidiano tendo informações, então já existe quase um modelo inspirador natural. E os alunos acabam aprendendo e de certo modo, eu tenho visto e ouvido em muitas escolas, os alunos organizados para apresentarem músicas, e aí vem àquilo que os colegas disseram sobre a questão da autoria, isto é muito significativo no processo educacional, onde o aluno passa a ser agente, um protagonista, ele saiu daquela condição de um ser passivo apenas ouvindo um rádio, vendo um vídeo ou vendo televisão, ele passa a ser um autor, ele começa a produzir conteúdo, ele começa a desenvolver, aquilo que o Mauro falou, a desmistificação da mídia, ele se apropria daquilo. Como é que se faz para fazer uma notícia? Então veja quantos passos são dados? É necessário que haja um planejamento, depois uma organização, e como é que se geri aquilo, até mesmo onde se guarda o equipamento envolve um processo educativo, dinâmico e quase empresarial. É curioso, a gente observa a montagem de um estúdio e em miniatura na escola aquilo, também, está sendo reproduzido. Então, alunos começam a se envolver entorno de projetos da escola, daí a importância do professor reforçar, induzir, motivar os alunos e ele mesmo apresentar a proposta. Por quê não elaborar programas de rádio na escola?”

Parte 3 – Apresentação da reportagem sobre “A importância do Rádio na Educação”


Exibição da reportagem sobre a importância do Rádio na Educação e os professores discutem as possibilidades que a escola possui para desenvolver projetos com a integração das mídias.
Os apresentadores fazem a abertura da reportagem dizendo que “ao criar projetos que utilizam o rádio a escola incentiva o aluno a produzir programas e com isso estimula o desenvolvimento da criatividade e do senso crítico. Na reportagem os especialistas Marlene Bloais e Ismar de Oliveira Soares falam sobre a importância do rádio na educação.”
Na reportagem, a pesquisadora Marlene Bloais fala que “antes tínhamos o rádio; depois rádio e material impresso; depois rádio, material impresso e tv; rádio, material impresso, áudio-cassete, vídeo cassete e tv. E as coisas vão se somando, as mídias vão se somando, porque não somos nós que devemos dizer o que é melhor o aluno é quem tem que dizer o que é melhor para ele”.
O Coordenador do NCE/USP fala na reportagem que “na verdade a grande tentação do momento é nós iniciarmos sempre com a última novidade tecnológica. E muitos projetos que trabalham mídias na educação iniciam e param na informática ou na Internet. Porém, percebe-se que para o estudante a mídia começa em outros espaços quando ele ouve a voz de alguém ou ele pode usar sua própria voz para emitir informações, contar histórias e, assim por diante.
A partir da perspectiva freiriana as pessoas passaram a refletir e, nessa reflexão se percebeu que havia um espaço de diálogo muito grande entre comunicação e educação caso a perspectiva fosse a democracia desse processo que professor e alunos pudessem manejar igualmente esses recursos, que houvesse uma sensibilidade para esse conjunto de tecnologias e, que a comunidade pudesse ser enriquecida e, que ecossistemas comunicativos e dialógicos, participativos e ativos fossem criados a isso tudo chamamos, então de “educomunicação”.
A professora Marlene Blois da continuidade a reportagem dizendo que “como é que o rádio pode ser um objeto, uma mídia que os professores podem explorar os seus tópicos de currículo usando o rádio? Por quê os alunos gostam de usar, os alunos gostam de fazer rádio e aí fazer rádio dentro da escola, usar mídia e, muito mais do que isso é a gente formar ouvintes críticos.”
O professor Ismar Soares fala ainda, que “se o aluno ele produz comunicação e ele faz um auto-exame do seu próprio projeto, e percebe como é que seu grupo se encaminhou para produzir aquele material, se o grupo manteve uma relação democrática entre si, se houve manipulação de alguém dentro do grupo com relação aos conteúdos e, essas formas de auto-exame. Vamos criar critérios que podem ser transferidos para a grande mídia”.
Segundo a professora Marlene Blois, “isso pode ser feito com televisão, você fazer nas escolas uma produção, colocar na hora do recreio, produzir vídeos, produzir programas de rádio e, aí você vai desenvolver a leitura e a escrita, porque você vai ter alunos que vão ser os locutores, os alunos que vão ser os produtores, os alunos que vão escrever alguma coisa para o rádio, os repórteres”.
Finalizando a reportagem, o professor Ismar Soares fala que “então nós imaginamos que o rádio poderá ser um brande instrumento da criança fazer a memória da sua família, a memória das pessoas ao redor da escola, a memória da própria escola, os professores que estão se aposentando o que eles podem contar? E no caso, o diálogo da escola com a comunidade poderá estar consolidada através dessa relação comunicativa”.

Baseada na reportagem, a apresentadora do programa questiona a professora Patrícia Horta sobre “como a escola pode fazer com que essa mídia seja interessante para o aluno sem didatizar essa mídia, porque também, tem um outro risco de fazer com que essa programação da escola seja muito didática e aí não vai ser muito interessante para o aluno? E uma outra questão interessante, também é desenvolver o senso crítico para o que está sendo produzido pelas rádios comerciais.”

A professora Patrícia Horta coloca que “quando você põe uma rádio na escola na perspectiva da produção e dos professores e alunos começarem a produzir rádio, você começa a decifrar essa nova linguagem e, decifrando você começa a decodificar e entender melhor o que você ouve, o que você vê e o que significa, o que é edição no processo de produção midiática seja radiofônica, seja televisiva, seja na Internet, o que é visto e o que não é visto, o que é ouvido e o que não é ouvido e quem decide. Então, essas questões estão colocadas. E, estão colocadas no fazer e fazem parte da sua formação e do seu aprendizado que nada mais é de você se formar cidadão de saber o que eu quero ouvir, o que eu quero ver, o que eu quero falar e onde eu posso ser ouvido. Então, você forma no caso do rádio, ouvintes críticos, ouvintes que se posicionam: ‘não eu gostei desse programa por causa disso’, ‘eu não gostei por causa disso e eu sei como fazer de outra forma’.
E o outro ponto da questão didatizante é que são dois lados de uma mesma moeda. Um é como não transformar rádio em didática e do outro lado como não transformar a rádio só para o recreio. Mas, mais do que a rádio-pátio é a rádio que só vai servir para o recreio como aquele que vai servir como fundo musical para acalmar os nervos e para o pessoal se entreter com a música. São dois modelos estereotipados que não deixam transparecer a participação nem a autoria que é o ponto central. Quando a gente fala de rádio é uma outra linguagem, porque para eu produzir mídia é a mesma coisa que eu produzir um texto? Não você se baseia no roteiro você dialoga com o roteiro, mas é uma outra linguagem. Você precisa aprender os detalhes, as virgulas, as pontuações dessa nova linguagem e, isso se você vai para esse formato e você começa a discutir as peculiaridades dessa nova linguagem que você está trabalhando, você tende a se separa esses dois estereótipos.”

O apresentador menciona as perguntas realizadas por telefone, onde a primeira questiona “como trabalhar projetos que envolvam as tecnologias como, por exemplo a Internet, se grande parte dos professores não se sentem ainda, qualificados para tanto e insistem num modelo tradicional de educação?”

O professor Mauro responde que “é um defensor do programa Mídias na Educação, porque ele ataca duas formas, primeiro o uso das mídias na educação. Segundo ele trabalha a questão da participação e da co-autoria. E outra, ele faz o debate, pois se você tem dúvida ele tem fórum onde todos opinam, ele é dinâmico, onde todos os alunos são co-autores e todos discutem. O curso é todo voltado nesse princípio da autoria. Esse curso é a primeira edição, vai ser transformado em especialização e a biblioteca é pública, então eu acredito que o Mídias seja um caminho que vai ajudar a resolver esse problema.’

Parte 4 – Os professores convidados são questionados sobre a capacitação dos docentes para o uso das tecnologias

Nesta parte do programa, os professores discutem os projetos de capacitação dos professores para o uso de tecnologias referente aos aspectos técnicos e pedagógicos que envolvem a comunidade escolar.

A apresentadora faz a segunda pergunta realizada por e-mail, dizendo que “hoje no momento em que a tecnologia é assunto atual, como é possível aceitar dezenas de microcomputadores nas escolas parados porque ninguém pode mexer, pois não há pessoal da Secretaria de Educação habilitados a instalá-los e gerenciá-los e, ainda os administradores das escolas são orientados a não mexer nos equipamentos sob pena de serem responsabilizados por danos. É melhor que fiquem parados do que alguém na cidade poder ajudar a disponibilizá-los? Como fica então, a teoria da inclusão digital sem a prática do uso dos equipamentos nas escolas, já que elas estão equipadas, mas os equipamentos estão trancados?”

E outra pergunta é “como se acessa a Rádio-Escola? Qual é a programação? E como as escolas podem participar?”

O professor Mathias responde que “essa pergunta revela que as pessoas estão atentas, pois isso é uma questão quase de natureza pessoal. Acredito que se você for até a pessoa responsável da secretaria de educação do seu Estado e fizer uma exposição de os motivos como foi colocado no e-mail, você terá uma resposta positiva e poderá abrir essa sala e trabalhar com esses computadores integrando-os no espaço escolar e tornando-os não apenas um elefante branco, mas faça de fato um uso precioso desse material. Nós do MEC temos feito alguns esforços para capacitar professores para que eles possam aprender a utilizar esses instrumentos de forma pedagógica e a integrar no espaço escolar.

Sobre a Rádio Escola, se você tiver acesso a Internet, você vai encontrar essas informações no site do MEC www.mec.gov.br e ao entrar no site você terá um menu que diz secretaria de educação à distância então, ao entrar existe vários programas você vai encontrar o programa Rádio Escola. Neste portal dedicado a Rádio Escola você vai encontrar todo o material que está sendo produzido.”

Outra pergunta, enviada ao programa, menciona que “como as escolas desenvolverem uma sólida estrutura tecnológica e comunicacional articulada por estratégias pedagógicas que melhorem a comunicação entre alunos e docentes elevando a auto estima de todos os envolvidos, tornando as aulas mais envolventes, diminuindo a evasão e, conseqüentemente, melhorando o ensino-aprendizagem?”

A professora Patrícia Horta comenta a questão afirmando que “essa combinação é a fórmula ideal, mas essa fórmula tem os seus elementos horizontais nenhum é mais importante que o outro. Se você tem uma estrutura tecnológica perfeita, maravilhosa, mas você não tem o diálogo entre os alunos e professores ou a auto estima dos alunos e dos professores, porque a gente sempre fala dos estudantes buscando auto estima, mas a gente precisa lembrar que, cada vez mais, esse diálogo professor-aluno ele requer a auto estima dos dois atores e nós temos vários atores na escola, o professor, a comunidade, os funcionários, que envolvem e que formam a comunidade escolar”.

Parte 5 – Experiência de uma escola de São Paulo que criou projetos de emissoras de rádio e tv envolvendo os alunos


Nesse bloco do programa é exibido o Vídeo sobre o projeto da Escola Estadual Filomena Matarazzo que utiliza rádio, tv e vídeo atingindo todos os alunos em todos os espaços da escola.
Após a apresentação do vídeo, os professores comentam o projeto e respondem à questionamentos sobre o tema.

A reportagem menciona que o estúdio da Rádio Filó é um dos espaços de aprendizagem da Escola.
Evandro Rodrigues, ex-aluno e coordenador dos projetos, fala que a rádio “ é um veículo de comunicação que atinge todos os alunos em todos os períodos”.
A diretora Célia Giglio diz que “qual é a função da rádio? É só tocar musica? Não! Também é dar informação. E como é que se dá informação? Não é de qualquer modo que se dá a informação.”
Uiliam Santos, ex-aluno e locutor da rádio, diz que “quando a gente tenta ser diferente, não diferente para estar distinto de tudo, mas tenta trazer de volta uma coisa que foi esquecida, porque através de músicas nacionais e internacionais de qualidade com fim cultural você consegue devolver um pouco de cultura, lazer e um entretenimento inteligente. Por que se fosse para copiar das FMs o que vinha sendo tocado a rádio não teria uma atenção só para ela.”
A diretora menciona que “por enquanto ela é interna, mas há muito investimento dos alunos para que ela se torne uma rádio comunitária. E enquanto ela não pode se tornar comunitária, a idéia é que ela vá para o ar através da Internet. Então, também, tem uma página da rádio e esses programas, principalmente os com entrevistas, vão, provavelmente estar primeiro acessíveis na Internet.”
A diretora fala, também, sobre a TV Filó que “dois alunos começaram trabalhando com os equipamentos deles mesmos, depois foram juntando outros colegas e transferindo um pouco a aprendizagem deles. No meio disso a escola adquiriu uma filmadora, primeiro uma filmadora que não era digital, mas eles fizeram muita coisa com aquela filmadora. E depois juntaram mais gente e começaram a ser muito solicitados, primeiro para cobrir os eventos da própria escola, depois fizeram um telejornal da própria escola e, aí um pouco a paixão pela televisão.”
Paulo Vitor, aluno e coordenador de produção e edição da TV Filó, diz que “o objetivo é passar informação de fora para dentro da escola e, da escola para os alunos. E a gente espalha as tvs pela escola e passa a informação para os alunos. E no inicio eles dizem:’não , não filma não’ mas depois eles dizem ‘ deixa ver como ficou’”.
A diretora fala, ainda que, “a aprendizagem deles dentro do projeto de tv ensina que nós temos qualidades as mais diferentes e agente precisa aprender a valorizar as dos outros e as nossas. Antes de você apresentar o programa você vai carregar o cabo, vai ligar a luz, vai olhar o som, então isso tudo todo mundo tem que aprender.”Finalizando a reportagem, David Garcia, aluno e diretor da TV Filó, diz que “não sabia nada de edição e nem mexer com uma câmera eu sabia e aqui eu aprendi. Vou tentar me aperfeiçoar mais para ver se eu consigo, quem sabe, trabalhar numa rede de televisão”.

O programa recebeu mais uma pergunta que “quer saber como utilizar as mídias para atender as necessidades de cada educador e do alunado público este que exige diversidade de educação, de informação e de formação?”
E a outra pergunta recebida questiona “como o professor deve avaliar seus alunos se o sistema ainda exige a avaliação tradicional quando se está trabalhando com esses projetos que envolvem as tecnologias?”

O professor Mauro responde que “o Mídias na Educação dá toda a pista, porque ele trabalha com autores e atores nesse processo, você faz em conjunto, desenvolve em conjunto. Têm algumas palavras-chaves no programa que você pode explorar na escola, primeiro pedagogia de projetos, projetos colaborativos, co-autoria, utilização de multimídias e interdisciplinaridade.”
E sobre a avaliação, “você pode avaliar de várias maneiras, uma é avaliando aos pares, um avaliando o trabalho do outro, a outra você pode avaliar a participação de cada um dentro daquele processo e a outra você pode avaliar cada um dentro do processo global, na verdade é preciso avaliar o ganho do aluno, do que ele cresceu e do que ele agregou em conhecimento”.

Outra pergunta enviada ao programa dizendo que “em nossa sociedade percebe-se que o imenso potencial educativo do rádio está subutilizado, servindo essa poderosa mídia apenas para reproduzir noticias ou mesmo músicas de qualidade, as vezes duvidosa, sem atender as reais necessidades do povo brasileiro. O que os educadores podem fazer para mesmo de maneira informal, utilizar o rádio como recurso pedagógico para reverter esse quadro, embora essas ações sejam somente dentro das escolas?”

E a outra pergunta diz que “durante uma aula de Português fez uma proposta para montar um programa de rádio com os alunos e eles fizeram uma dramatização. Mas o que é preciso do ponto de visto técnico para colocar uma rádio na escola?”

O professor Mathias responde que “nós temos uma percepção muito clara, o rádio tem sido utilizado como um instrumento de comunicação e de informação, mas tem fugido um pouco dessa direção que nós desejamos, que é a utilização do rádio com propósitos educacionais. Recentemente, descobrimos que em Pequim há um programa institucional que vai ensinar inglês aos taxistas, porque eles querem que em 2008 sessenta mil taxistas em todo o País possam se comunicar em inglês.
Nós já tivemos no Brasil utilizando o rádio na educação, no entanto, hoje nós dá esse incentivo para que as escolas comecem produzindo conteúdos e possam repassar esse conteúdos para sua rádio local ou mesmo comercial, buscando atrair a atenção de um público.
E sobre a aula de português já se encontra isso na Internet.”.

Parte 6 - Considerações finais sobre o debate


A professora Patrícia Horta faz suas considerações finais dizendo que “hoje nós temos vários recursos para montar uma rádio na escola que é o uso da Internet, o uso da rádio restrita, porque para você montar uma rádio de transmissão aberta você precisa de concessão, só que você pode montar uma rádio com concessão e não ocupar a produção, então o que nós recomendamos é que você comece com seus alunos com a rádio restrita, use a Internet que hoje já tem o podcast e agente vai oferecer algumas dicas, tem software livre para edição e tem vários recursos, mas o mais importante é o que todos citaram em todas as reportagens é o diálogo com o aluno e fazer em conjunto.”

O professor Mauro faz suas considerações finais dizendo que “não podia deixar de utilizar essa oportunidade para instigar os professores a tomar conhecimento e utilizar os vídeos do DVD Escola, essa coleção traz 50 DVDs que traz a programação da TV Escola.” E finaliza afirmando que esta coleção é uma fonte muito rica para o professor.

O professor Mathias finaliza dizendo que “convida a todos que possam servir de retransmissor do programa Mec Escola Brasil é um programa que está no ar e aquelas pessoas que tiverem interesse e que tenham uma transmissora na sua cidade que queira retransmitir, gratuitamente, é um programa que vai tratar de saúde, meio ambiente, educação e dicas para professores. É um programa de meia hora basta que entre em contato.”