Célula
espermática > Defeitos da célula espermática
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Instituto
Biológico garante qualidade sanitária ao sêmen,
embriões e ovócitos de bovídeos comercializados
no Brasil e no exterior.
Em
bovinos, Williams e Savage (1927) e Lagerlof (1938) já relacionavam
a presença de defeitos espermáticas em touros ínférteis
e estéreis.
Defeitos
de cabeça
Em experimentos in vitro,
os espermatozóides com defeitos de cabeça não
são capazes de se ligar ou penetrar o óvulo tão
eficientemente quanto os de cabeça normal.
As diferenças na morfologia da cabeça do espermatozóide
podem causar grandes alterações na hidrodinâmica
da célula e assim interferir no padrão de motilidade
hiperativada (hipermotilidade), que é requerido para a penetração
da zona pelúcida.
Cabeça
piriforme
Considera-se como cabeça
piriforme a clássica aparência em forma de pêra:
região acrossômica arredondada e um estreitamento na
região pós acrossômica. Entretanto, a denominação
abrange uma ampla variação de formas defeituosas.
No mesmo ejaculado, pode-se encontrar células que apresentam
desde uma leve variação de forma até a aparência
exata de uma pêra. Muitas vezes, é difícil delimitar
com exatidão o que pode ser considerado como uma forma de
cabeça normal e o que deve ser considerado como piriforme.
Espermatozóide
com alterações de cabeça sofrem uma seleção
no trato genital feminino, e são excluídos em locais
como cérvix, útero, junção útero
tubárica e zona pelúcida, que funcionam como barreiras.
An investigation of the fertilizing characteristics of pyriform-shaped bovine spermatozoa. Thundathil, J.; Palasz,A.T.; Mapletoft, R. J.;. Barth, A. D. Anim. Reprod. Sci., v. 57, n. 1-2, p. 35-50, 1999. Clique aqui para ler o artigo
Gota
distal suínos
Como não possuem
ampolas do conduto deferente, os suínos apresentam grande
percentagem de gotas distais nos espermatozóides ejaculados.
Manual
de Laboratório para o Exame do Sêmen Humano e Interação
Esperma-Muco Cervical
O.M.S., Organização
Mundial de Saúde, 3ª edição
Coloração de sêmen humano
Deve haver uma região
acrossômica bem definida compreendendo 40 – 70 % da
área da cabeça. Não pode haver defeitos no
pescoço, na peça intermediária ou na cauda,
e a gota citoplasmática não deve ser de tamanho maior
do que um terço do tamanho de uma cabeça normal. Este
esquema de classificação requer que todas as formas
border-line sejam consideradas anormais. Desde que a análise
morfológica aqui recomendada leva em consideração
as regiões funcionais da célula espermática,
é considerado desnecessário que seja feita a distinção
rotineira entre todas as variações no tamanho e forma
da cabeça, assim como dos vários defeitos da cauda.
No entanto, se uma região do espermatozóide é
anormal na maioria das células, uma observação
adicional deve ser feita em relação a esse defeito
prevalente.
As seguintes
categorias de defeitos devem ser anotadas:
-
Defeitos na forma
e tamanho da cabeça, incluindo cabeças grandes,
pequenas, tapering, piriformes, amorfas, vacuoladas (mais de 20%
da área da cabeça ocupada por vacúolos não-corados),
ou cabeças duplas, ou qualquer combinação
entre todos.
-
Defeitos no pescoço
e peça intermediária, incluindo falta da cauda (referidos
como cabeças “livres” ou “soltas”),
cauda não-inserida ou “pendente” (a cauda forma
um ângulo de aproximadamente 90 graus com o eixo maior da
cabeça), peça intermediária distendida/irregular/pendente,
peça intermediária anormalmente fina (isto é,
sem a bainha mitocondrial) ou qualquer combinação
destes.
-
Defeitos da cauda,
incluindo caudas curtas, múltiplas, dobradas, quebradas
(com angulação maior que 90 graus), com largura
irregular ou ainda caudas espiraladas ou ainda caudas com gotículas
terminais, ou qualquer combinação destes.
-
Gotículas
citoplasmáticas maiores que um terço da área
de uma cabeça espermática normal.
Coloração de Giemsa para espermatozóides e outros núcleos celulares
- Reagentes
- Tampão
fosfato 0,066 M (mol/l; pH 6,9)
320 ml KH2PO4, 9,1 g/l
400 ml Na2HPO4, 11,9 g/l
Ajustar o pH com o NaOH e adicionar água destilada
para completar 1 litro.
- Solução
corante de Giemsa (a ser preparada fresca)
7 ml Romanovski-Giemsa
160 ml tampão fosfato
- Procedimento
- Esfregaços
secos ao ar livre são fixados em metanol por pelo menos
5 min.
- Deixar a temperatura
ambiente para secar.
- Corar com solução de Giemsa por 30 min.
- Lavar com tampão
fosfato.
- Deixar à
temperatura ambiente para secar.
Coloração de Papanicolaou – procedimento modificado para espermatozóides
A coloração
de Papanicolaou permite uma clara distinção entre
componentes celulares basófilos e acidófilos e permite
um exame detalhado do padrão cromatínico nuclear.
Este método tem sido, portanto, usado rotineiramente em citologia
diagnóstica. Entretanto, o método de Papanicolaou
estandardizado para citologia vaginal dá um pobre resultado
quando aplicado aos espermatozóides. A presente técnica
modificada de coloração provou ser útil na
análise morfológica dos espermatozóides e no
exame de células germinativas imaturas.
1. Preparação
da amostra
O esfregaço deve ser secado ao ar livre e então fixado
em partes iguais de etanol a 95% e éter por 5 a 15 min.
2. Procedimento de coloração
Esfregaços fixados devem ser corados de acordo com o seguinte
procedimento:
Etanol
80% - 10 imersões
Etanol 70% - 10 imersões
Etanol 50% - 10 imersões
Água destilada - 10 imersões
Hematoxilina de Harris ou Mayer - 3 min exatos
Água corrente - 3 – 5 min
Etanol ácido - 2 imersões
Água corrente - 3 – 5 min
Solução de Scott - 4 min
Água destilada - 1 imersão
Etanol 50% - 10 imersões
Etanol 70% - 10 imersões
Etanol 80% - 10 imersões |
Etanol
90% - 10 imersões
Orange G6 - 2 min
Etanol 95% - 10 imersões
Etanol 95% - 10 imersões
EA-50 - 5 min
Etanol 95% - 5 imersões
Etanol 95% - 5 imersões
Etanol 95% - 5 imersões
Etanol 99% - 2 min
Xilol (3 frascos) - aproximadamente 1 min cada |
- Trocar o Xilol se
se tornar leitoso. Montar em seguida com Depex ou qualquer meio
de montagem.
- Checar a acidez da água antes de preparar os diferentes
graus de etanol. O pH deve ser 7,0.
- Uma imersão deve durar cerca de 1 segundo.
- A solução de Scott é usada quando a água
potável comum é “dura”.
- Corantes e soluções: o corante preparado de Papanicolaou
(EA-50 e Orange G6) pode ser obtido comercialmente. As mesmas companhias
usualmente produzem a preparação de hematoxilina.
Contagem diferencial da Morfologia Espermática
Pelo menos 100, mas de preferência 200 espermatozóides
devem ser contados.
Se uma alta incidência de pinheads (espermatozóides
em forma de alfinete) é vista (mais de 20% de incidência
relativa sobre o total) isto deve ser registrado separadamente;
pinheads não devem ser contados na categoria de defeitos
de cabeça porque raramente possuem alguma cromatina ou estrutura
da cabeça anterior à placa basal.
Defeitos específicos determinantes da esterilidade
Em espécies de animais domésticos, muitos defeitos
esterilizantes têm sido descritos, nos quais praticamente
todos os espermatozóides produzidos possuem um defeito estrutural
específico que causa disfunção espermática.
Alguns poucos casos similares têm sido descritos no homem,
o melhor conhecimento entre os quais provavelmente é o “defeito
de cabeça redonda” ou “globozoospermia”.
Métodos
de coloração para espermatozóides humanos
A coloração pode ser realizada utilizando-se tanto
o método de Giemsa, o método de Papanicolau modificado
para espermatozóides, a coloração de Bryan-Leishman
ou coloração de Shorr. A coloração de
Giemsa avalia diferentes tipos de leucócitos de maneira melhor
do que espermatozóides. A coloração de Papanicolau
é o método mais amplamente utilizado em laboratórios
de andrologia. Permite corar a região acrossômica e
post-acrossômica da cabeça, a peça intermediária
e a cauda e pode ser utilizada também em amostras muito viscosas.
O método de Bryan-Leishman dá a coloração
adequada ao espermatozóide; é particularmente boa
para identificação de células germinais imaturas
e para distingui-las das células brancas do sangue. A coloração
de Shorr é simples de ser realizada e é suficiente
para uma análise rotineira da morfologia espermática.
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