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Diferenças entre os espermatozóides de teleósteos e mamíferos:

  • Espermatozóides de teleósteos são imóveis na ejaculação;
  • a motilidade é induzida pelo contato com a água;
  • permanecem móveis por menos de 2 min;
  • não possuem acrossomo.

Os espermatozóides dos peixes são imóveis no testículo, e, em muitas espécies, também no plasma seminal. A osmolalidade do plasma seminal é de cerca de 300m osmóis.

A motilidade é induzida, na reprodução natural, depois da emissão dos espermatozóides em meio aquoso, pois os fatores que suprimem a motilidade são neutralizados pelas condições do ambiente, durante a desova. Após a ativação, a motilidade espermática se mantém por pouco tempo.

Entre os fatores que suprimem a motilidade, são citados íons, pH e osmolalidade.

  • A concentração  de K+ no plasma seminal inibe  a motilidade do espermatozóides e  sua  diluição ou sua retirada por diálise induz a motilidade.
  • Osmolalidade: soluções hipotônicas iniciam a motilidade dos espermatozóides de vários peixes de água doce. Nos teleósteos marinhos, a hipertonicidade do meio estimula a motilidade.

O decréscimo na concentração extracelular de K+  ativa a motilidade em salmonídeos. Em peixes marinhos ou de água doce, como a carpa, as mudanças de osmolalidade disparam ativação da motilidade. Em ambos os casos, a hiperpolarização da membrana, dependente de K+ é causada pela desova em diferentes condições iônicas.

O ATP é hidrolisado pela dineína ATPase e seus conteúdo decresce junto com o movimento, como descrito em vários animais . A ativação da motilidade em espermatozóides de carpa é independente de AMPc.

Critérios de avaliação em peixes

1. Duração motilidade:     período de tempo transcorrido desde sua ativação até sua cessação
2. Escala Arbitrária :  em que são considerados a percentagem móveis e o vigor da movimentação
3. Velocidade espermática: pelo uso de técnicas computadorizadas de avaliação da motilidade (CASA systems: computer-assisted semen analysis).

A motilidade espermática inicia-se cerca de três segundos após a diluição em água destilada (osmolalidade zero).  Cerca de 90% a 100% das células são móveis imediatamente após a diluição,
Após 30 segundos, ocorre redução na motilidade e em pouco tempo ocorre a cessação dos movimentos. A duração total é de cerca de 90-100s em carpa e de 50 s em espermatozóides de jundiá.

Estresse osmótico

Enrolamento da cauda  e inchamento da cabeça: Vária modificações ocorrem nos espermatozóides de peixes, quando diluídos em meio hiposmótico. Estas alterações determinam a reduzida duração da motilidade dos espermatozóides.

Em resposta a um sinal osmótico externo, o espermatozóide altera seu volume interno (da mesma forma que ocorre com os eritrócitos e espermatozóides de mamíferos). O volume final atingido depende  da osmolalidade extra celular e é independente do íon em maior concentração presente  na solução.

No espermatozóide de carpas, as alterações  foram descritas por Perchec et al., 1996:

  • Durante  os primeiros 30s de motilidade em água destilada, a forma da extremidade do flagelo se altera;
  • Dois minutos após a ativação, todos os espermatozóide apresentam caudas inteiramente enroladas e presas à  cabeça, num formato semelhante a um oito;
  • O diâmetro da cabeça do espermatozóide pelo menos dobra em   relação ao tamanho antes da ativação;
  • A dinâmica das mudanças na estrutura é  homogênea e síncrona entre os  espermatozóides;
  • As modificações ocorridas podem ser bloqueadas e até mesmo revertidas, pela adição de KCl, em osmolalidade final de 370 mOsm kg-1.Observa-se então a cessação de movimentos espermáticos  e a redução do volume da cabeça, que atinge seu diâmetro original em quatro segundos.