Gatekeepers (servidores
de chamadas)
Enquanto o padrão de H.323
permite que os terminais conectem e controlem suas próprias chamadas
via endereço de IP, construir uma rede robusta de videoconferência
sem um gatekeeper seria quase impossível.
O gatekeeper de H.323
controla um conjunto particular de recursos para videoconferência (terminais,
gateways, MCU) e fornece serviços avançados similares
a um operador para painel de comando de videoconferência ou guardião
do tráfego. Nesta função, o gatekeeper possibilita
mais conferências H.323 em escala, confiáveis e seguras. O gatekeeper
- mais os terminais, gateways e a MCU estão sob seu controle
- são coletivamente conhecidos como a “zona” local. É
importante notar que a zona local não é uma construção
geográfica; melhor dizendo, é simplesmente uma descrição
dos recursos registrados para um gatekeeper único (por exemplo
um terminal em Tóquio pode ser parte de uma zona cujo gatekeeper
fica em Toronto).
A fim de usufruir de todas as
vantagens do padrão de H.323, todos terminais complacentes com o H.323
devem se registrar com um gatekeeper. Este processo permite ao gatekeeper
identificá-los para outros e controlar suas atividades dentro da zona
para fornecer acesso a um sistema integrado e organizado de usuários
e serviços. Alguns dos serviços mais importantes do gatekeeper
incluem:
-
Tradução
de Endereço - Esta função mapeia um nome alternativo
ou um “número de vídeo telefone” de um usuário
para o endereço de IP físico de um terminal. Isto permite
que as pessoas façam chamadas um para o outro usando identificação
de usuário amigável, tais como uma extensão numérica
pequena ou um endereço de e-mail. Notadamente, um único esquema
comum para um endereçamento global ajustável não foi
ratificado, embora a ViDeNet tenha feito uma tentativa séria de um
Esquema de Discagem Global que foi extensamente adotado. Veja: http://commons.internet2.edu/gds.html.
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Controle
de Admissões - Esta função aceita ou nega uma chamada
baseada em uma variedade de critérios, como a largura de banda disponível
na rede ou nível de autorização de usuário específico
configurado pelo administrador do gatekeeper. Os gatekeepers
simples habilitam todas as chamadas. (Este nível de controle de chamada
é distinto do controle no terminal, onde o usuário final pode
decidir se responde ou não qualquer chamada dada).
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Controle e
administração da largura de banda - O gatekeeper
pode aceitar ou negar chamadas baseado na largura de banda total disponível
na rede ou baseado em um número máximo pré-estabelecido
de chamadas simultâneas. Isto evita que as chamadas de videoconferência
sobrecarreguem a rede de IP. O gatekeeper também pode administrar
pedidos de largura de banda adicional do terminais durante uma chamada.
De muitas formas, a funcionalidade do controle e da administração
da largura de banda sobrepõe-se com a funcionalidade do "corretor
da largura de banda" e o "corretor de política" sob
investigação como parte do desenvolvimento QoS (Qualidade
de Serviço) de IP.
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Administração
de Zona - Cada gatekeeper delimita uma zona que pode incluir terminais,
portais e/ou MCU. O gatekeeper controla a identificação
do e a comunicação entre dispositivos em sua zona local, permite
que dispositivos entrem para a zona ou deixem-na e controla acesso aos dispositivos
locais de dispositivos de H.323 fora da zona.
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Sinalização
de controle de chamada - O gatekeeper pode processar os sinais
de controle da chamada para chamadas especiais ou permitir que esta informação
o ultrapasse e vá diretamente para os terminais participantes. Se
o gatekeeper permanece instrumental no controle de chamadas, uma
melhoria na administração e manipulação de erro
são possíveis, mas com a permuta de rede adicional e resultado
elevado de processamento.
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Autorização
de Chamada - O gatekeeper pode rejeitar chamadas enviadas para
terminais em sua zona. O gatekeeper pode controlar também
que tipo de chamadas e recursos são autorizados para terminais específicos.
Porém, a autenticação é atualmente baseada em
endereço de IP e/ou nome alternativo e não está amarrada
a qualquer autenticação de usuário específico.
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Rastreamento
e administração de chamadas - O gatekeeper pode localizar
chamadas atuais, logar chamadas feitas com o passar do tempo e fornecer
a informação rastreada sobre estas chamadas para outros dispositivos.
Tais informações podem ser usadas para a administração
e manutenção do sistema, assim como para propósitos
de faturamento.
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Funções
de PBX - O gatekeeper pode fornecer serviços "similares
ao PBX" (Private Branch Exchange) como identificação
de chamada, envio e transferência de chamada. Estas características,
uma após a outra, podem tornar possíveis aplicações
como um “vídeo-recepcionista” e “correio de voz
por vídeo”.
Os gatekeepers hoje estão
disponíveis como aplicações de software completas apresentadas
em standalone (um computador independente que não está
conectado a uma rede; um dispositivo que não requer outros dispositivos
para funcionar; um programa que é executado sem depender de um sistema
operacional) e também com ajuste de funcionalidades "embutidas"
incluídas dentro de terminais de H.323, gateways e MCUs. O
grau de identificação de recurso de vídeo e o controle
fornecido pelos gatekeeper atuais variam bastante e a interoperabilidade
entre o gatekeeper de um fornecedor e os recursos de outro podem
ser desiguais. As questões que envolvem tais implementações
podem ser numerosas e é seguro dizer que discussões sobre desenvolvimento
de padrões e implementação de gatekeeper de
H.323 produzem freqüentemente mais perguntas do que respostas. Porém,
todos concordam que o gatekeeper é um componente e conceito
fundamental para habilitar videoconferências baseadas em Internet ajustáveis..
A maioria das organizações está abordando o desenvolvimento
de gatekeeper tendo em mente que os gatekeeper devem ser
desenvolvidos, mesmo da forma "como estão agora", enquanto
os desenvolvedores e a comunidade trabalham para fazer o que podem e o que
deveriam ser.