Componentes avançados e administração


MCUs

A habilidade de duas pessoas em localizações separadas e distantes encolherem o impacto dos limites geográficos entre elas via videoconferência é certamente excitante e valiosa. O conceito se torna ainda mais poderoso quando várias localizações poderem ser trazidas para a mesma conferência, criando um "sala de reuniões virtual" que existe para aquele tempo e grupo em particular. Tal "salas de reunião" são criadas através do uso de uma Unidade de Conferência Multiponto (MCU). O propósito de um MCU é conectar três ou mais sistemas de videoconferência na mesma conferência, administrando o áudio e o vídeo de cada participante de forma que a comunicação de grupo seja alcançada. Um MCU pode facilitar também um sessão multiponto de compartilhamento de dados (T.120), embora as implementações atuais variem muito em termos de como isto é feito e também o quanto funciona.

Componentes de MCU & Capacidades

O padrão de H.323 normal esboça dois processos de componentes que formam a base de qualquer interação multiponto — o MC (controlador multiponto) e o MP (processador multiponto). O MC fornece controle global da conferência. Isto envolve chamar ou receber chamadas de todo os terminais, negociar capacidades comuns e comunicar-se com o MP sem qualquer necessidade de troca de fontes de áudio/vídeo. Os MP gerenciam o processo real de entrada e saída de stream de áudio/vídeo. O áudio de todos os locais em uma conferência multiponto são normalmente misturados e devolvidos para todo os locais no modo full duplex (enviar dados em ambas as direções ao mesmo tempo). O vídeo, por outro lado, pode ser exibido de algumas formas diferentes:

  1. Troca baseada em ativação de voz (todos vêem o falante atual);
  2. Troca por controle manual ("controle de cadeira", onde a cadeira designada decide o qual será visto);
  3. Exibido juntamente em uma tela dividida ("presença contínua", também às vezes chamado "Hollywood Squares");
  4. Exibido em janelas de vídeo individuais, um para cada local que está sendo recebido.

Duas ou mais conferências em MCU múltiplos podem ser "feitas em cascata" ou conectadas juntas, para permitir que um número maior de locais participem de uma única conferência. Para fazer isso, uma dos portas em cada MCU é usada para "chamar" a outra. A mistura/troca de áudio e vídeo deve ainda operar como se existisse somente um MCU envolvido; o efeito cascata é transparente para os participantes de conferência.

Baseados em Hardware versus Baseados em Software

Um MCU H.323 pode ser baseado em hardware ou em software. As implementações de hardware tendem a ser mais caras e provavelmente contêm uma variedade de componentes proprietários, mas é mais provável que sejam mais rápidas e também propensas a serem mais confiáveis. As implementações de software são mais portáteis, mais flexíveis e menos caras, mas podem ter problemas de desempenho devido a sua dependência no sistema operacional e recursos do computador onde estão sendo executados. Cada tipo de implementação está disponível no mercado hoje em uma variedade de formas. Uma cuidadosa combinação de requisitos de desempenho importam em variáveis que deveriam ser combinadas com uma comparação ampla de produtos disponíveis dentro de cada tipo de implementação antes de uma decisão final de compra ser feita.

Existem algumas poucas configurações de MCU baseadas em hardware diferentes que estão disponíveis a partir deste relato. Um tipo apresenta um chassi modular que comporta um ou mais suprimentos de força e vários outros placas de interface (por exemplo, os placas de H.323 ou H.320, áudio, vídeo, velocidade/algoritmo combinado ou placas de "transcodificação", etc). Outros MCUs baseados em hardware não apresentam módulos plugáveis, mas, ao invés disso, são encomendados com o número e o tipo desejado de portas pré-configuradas. Alguns MCUs incluem capacidades de sincronização que permite que conferências possam ser configuradas/agendadas com antecedência e executadas automaticamente. Outros permitem somente uso ad hoc das portas disponíveis na base dos "primeiros que chegam, serão servidos primeiro”.

Os MCUs baseados em softwares operam quase do mesmo modo que um MCU baseado em hardware, mas consistem somente de um pacote de software que roda em um computador/servidor poderoso. Os fabricantes de MCU de software normalmente limitam o número de conexões simultâneas por uma licença que é adquirida pelo cliente. Porém, existem limites técnicos para o número de locais que podem ser conectados juntos ao mesmo tempo baseados no poder de processamento e velocidade do servidor.

MCUs Centralizados e Descentralizados

Em um MCU centralizado, o MC e o MP estão incluídos em uma unidade única na qual todos os terminais se conectam. Isto forma uma configuração física e lógica de estrela com o MCU no centro. Cada terminal está, na realidade, em uma chamada ponto a ponto com o MCU.

Em um MCU descentralizado, não existe nenhum dispositivo que pode ser prontamente apontado como "o MCU". Ao invés disso, os processos componentes (MC e MP) estão presentes em algum ponto nos terminais dos clientes. O MC de um terminal será provavelmente mais usado para controlar a conferência enquanto cada terminal usa seu próprio MP para enviar/receber streams de acordo com sua própria capacidade. Os streams de vídeo/áudio/dados de cada terminal são enviados na proporção one-to-many (um para muitos), o que exige o uso de multicast IP para facilitar a identificação e a participação do grupo.

Os argumentos contra e a favor das conferências multiponto centralizadas ou descentralizadas não são diferentes daqueles do debate sobre computação baseada em servidor centralizado e computação peer-to-peer. Porém, com respeito à conferência H.323 multiponto, a abordagem centralizada tem um cunho prático neste momento dado o atual estado do padrão de H.323. Os MCUs centralizados são mais completamente definidos e mais prontamente entendidos; conseqüentemente, estão mais amplamente disponíveis em implementações de produtos padronizados. Ainda assim, uma revisão rápida dos prós e contras de cada abordagem pode ser útil.

A funcionalidade centralizada proporciona uma melhorar confiabilidade, controle e administração. Permite também que capacidades avançadas possam ser introduzidas em uma entidade mas disponibilizada para todos e, através disso, reduzindo custos nos terminais. É claro, o custo é, então, transferido para a unidade central - neste caso, o MCU. Outra funcionalidade, tal como transcodificação adicional ou gateway de rede, pode ser, também, prontamente acrescentada a um MCU centralizado, estendendo a capacidade de serviço para além da administração de chamadas multiponto "simples". Novamente, há um aumento de custo e complexidade do MCU enquanto nos terminais de cliente são exigidos custos e complexidade menores. Outra consideração é que, até muito recentemente, a maioria dos MCUs centralizados forçavam cada participante da conferência ao mínimo denominador comum para as capacidades de chamada. Por exemplo, se um terminal que estava participando podia somente enviar e receber chamadas QCIF à 128K de largura de banda, todos os outros participantes na mesma conferência seriam forçados a enviar e receber da mesma forma. Esta limitação está mudando já que as capacidades de transcodificação melhoradas estão sendo introduzidas em alguns MCUs centralizados.

A funcionalidade descentralizada suporta flexibilidade mais prontamente para usuários finais e uma carga mais distribuí através da rede. O custo pode ser determinado e distribuído baseado na capacidade desejada para terminais em particular. Cada terminal determina também suas próprias capacidades de enviar e receber e não precisa ajustá-las baseado no que os outros participantes podem fazer. Também, além de fornecer um mecanismo para chamada em grupo, fornece multicast IP que permite o uso mais eficiente da largura de banda como determinada pela localização e concentração dos terminais participantes dentro da rede.