A concepção de cultura corporal amplia a contribuição
da Educação Física escolar para o pleno
exercício da cidadania, na medida em que, tomando seus conteúdos
e as capacidades que se propõe a desenvolver como produtos
socioculturais, afirma como direito de todos o acesso a eles. Além
disso adota uma perspectiva metodológica de ensino e aprendizagem
que busca o desenvolvimento da autonomia, a cooperação,
a participação social e a afirmação de
valores e princípios democráticos. O trabalho de Educação
Física abre espaço para que se aprofundem discussões
importantes sobre aspectos éticos e sociais, alguns dos quais
merecem destaque.
A
Educação Física permite que se vivenciem diferentes
práticas corporais advindas
das mais diversas manifestações culturais e se enxergue
como essa variada combinação de influências está
presente na vida cotidiana [7]
. As danças, esportes, lutas, jogos e ginásticas compõem
um vasto patrimônio cultural que deve ser valorizado, conhecido
e desfrutado. Além disso, esse conhecimento contribui para
a adoção de uma postura não- preconceituosa e
discriminatória diante das manifestações e expressões
dos diferentes grupos étnicos e sociais e às pessoas
que dele fazem parte.
A
prática da Educação Física na escola poderá
favorecer a autonomia dos alunos para monitorar as próprias
atividades, regulando o esforço, traçando metas, conhecendo
as potencialidades e limitações e sabendo distinguir
situações de trabalho corporal que podem ser prejudiciais.