Esse é Ricardo Holmer Hodara, um sujeito que nasceu em algum ano da segunda metade do século XX, cursou o primeiro grau no Colégio João XXIII e no Colégio de Aplicação dEste sou eu! Ricardo Holmer Hodaraa UFRGS. Considera-se filho da UFRGS, apesar de ter feito seu mestrado em lingüística cognitiva na PUC, sob a orientação do doutor Jorge Campos da Costa que teve o "azar" de ser aluno do Chomsky no MIT. É bacharel em psicologia e psicólogo clínico, além de professor com licenciatura plena em psicologia, também pela UFRGS. Possui formação clínica especializada em transtornos de aprendizagem de base genética mendeliana, orientado pelos doutores Christian Kristensen e Renato Zamora Flores, da UFRGS. Desde antes dos tempos em que estudava Inteligência Artificial, em parte pela influência do doutor Rocha Costa, já  gostava dos computadores - mesmo daqueles chatos e barulhentos que adoravam cartão de papel perfurado (B-6700... quem não se lembra?)- e também de Inteligência Artificial. Faz, atualmente, o doutorado no PGIE, na área de Ciências Cognitivas, graças à professora Rosa Viccari (orientadora) e Margarete Axt (co-orientadora). Ricardo Hodara também escreveu durante anos para o Pasquim, Correio do Povo e Jornal RS, popularizando temas científicos e procurando desmistificar, sempre que possível com humor, mitos e tabus comuns ao senso-comum e a Religião. Gosta de Arte, Poesia, Literatura, História e Filosofia, e não gosta nem um pouco de Futebol, Carnaval, Big Brother, nem de novela da Globo. De um ponto de vista tipicamente brasileira, como disse o jornalista Sergio Jockyman a seu respeito: trata-se de um solitário. Seu email é psicologohodara@yahoo.com.br  e basta clicar na foto para enviá-lo, caso seu servidor de email esteja instalado nesta máquina. Não perca o que vem a seguir.

 

Texto do psicólogo Ricardo Holmer Hodara

A seguir iremos detalhar algumas críticas às teorias dos cinco autores e orientar um passeio por dois tipos de testes esquematizados de acordo com minhas idéias de como o conhecimento se organiza no cérebro humano, ao longo do processo educacional ou durante qualquer processo formal de aprendizado, que é o caso presente. Para aqueles realmente interessados, aconselho para saber mais, a lista de discussão da Sociedade Piaget.

 

 

Como vimos, todos os cinco autores pioneiros, incluindo Chomsky com algumas restrições, não consideravam especificidades de cérebro, nem física da informação ou seleção natural da informação como processos físicos subjacentes a um novo tipo de biologia necessária aos novos métodos de investigação da mente e do aprendizado. 

Nesse ínterim, desde, digamos, 1956, técnicas computadorizadas para examinar o cérebro vivo, ou mesmo post-mortem, como no célebre caso de Phineas Gage, estudado por tomografia computadorizada de cérebro graças a Antônio e Hanna Damasio (ilustrado à esquerda - e também em correspondência privada com Hanna Damasio), mais de cem anos após a morte daquele trabalhador ferroviário, mostraram que todos os comportamentos, processos cognitivos e inclusive personalidades - não apenas os patológicos, e não apenas os não-linguísticos - estão totalmente relacionados com a circuitaria cerebral, com sua arquitetura, DNA formador (genética e epigenética ou embriogênese) física de seus princípios de funcionamento, e "propósito" evolucionário originador codificação das neuroproteínas = 51% do genoma humano, incluindo as "colas" NMDA responsáveis por padrões de memória paracialmente herdáveis na forma de tendências, aptidões, padrões comportamentais, atitudes, afeto..., a saber: garantir a sobrevivência do DNA através do organismo individual, nunca o contrário. 

Outro problema, comum a todos os cinco autores, era o desconhecimento ou negligência em relação aos métodos empíricos matemáticos utilizados pelas demais ciências. Exceto por Skinner e, em parte por Piaget, parece que todos esses pesquisadores partiam do pressuposto que deveria haver, necessariamente e a priori, alguma propriedade mental que nos "unificasse" como seres humanos. Assim sendo, não seria necessário buscar, experimentalmente, nenhuma forma empírica autêntica de exploração do cérebro e da mente humana, a partir das diferenças estatisticamente observáveis, e testáveis. Para a maioria desses pesquisadores, era como se o resultado da pesquisa do "humano" já estivesse dada, a priori, pelo poder da dedução e contida nas idéias originais dos mesmos. Foi assim com o hoje desacreditado complexo de castração e de Édipo, de Sigmund Freud, com a gramática de Port Royal acatada por Chomsky. Por exemplo, sempre que Chomsky descobre uma falha em sua teoria, isso apenas a reforça (!), pois todas as variações necessariamente estão contidas no "órgão da linguagem", sendo todas as gramáticas a expressão específica de algo geral, chamado LU (Língua Universal ou Gramática Universal) a qual parece que somente Chomsky sabe o que é, guardando o segredo para si mesmo apesar de haver provas matemática, desde 1972, de que de um ponto de vista de igual economicidade lógica, é possível a existência de infinitas GUs, supostamente universais e subjacentes a todas as linguas . Quanto à psicanálise, a crítica empiricista é ainda mais forte. Quanto a Vygotsky, a crítica é válida, visto a incapacidade do mesmo de lidar com a variabilidade individual. A crítica é válida para Skinner da mesma forma, com a diferença de que no caso de Skinner não havia a falta de recursos matemáticos e empíricos, mas a falta de vontade de usá-los para testar os fenômenos de variabilidade que sabotariam sua teoria, forçando a entrada de variáveis intervenientes, como memória latente, mapas mentais, comportamento preferencial, comportamento herdado (instinto), imprinting como revelado pelo prêmio Nobel (o anti-psicanalista) Konrad Lorenz (criador da Etologia), além de padrões cognitivos genéticos preferenciais, mesmo em ratos de laboratório, como demonstrado pelo genial psicólogo experimental e da NASA, John Garcia, nos Estados Unidos. O Behaviorismo, a rigor, não funciona nem com ratos de laboratório. Porém, Skinner negava consideração a todas evidências que sabotariam sua teoria. Todos esses autores, no entanto, apresentam contribuições importantes: Piaget, por retirar o assunto cognição e aprendizado da esfera da metafísica e da filosofia, mostrando que o mesmo deve ter abordagem experimental. Chomsky, revitalizando o interesse empiricista (apesar de Chomsky ser um racionalista) por circuitarias cerebrais "prontas para o uso", ou seja, pela genética de cérebro e cognição, a forma mais contemporânea, moderna e aceitável de inatismo. Freud, ao fim e ao cabo, talvez seja o menos importante de todos, pois sua teoria parece cada vez mais divorciada das descobertas contemporâneas. No mínimo, no entanto, Freud deve ser lembrado por haver tentado aproximar mente e cérebro no início de sua carreira e no seu primeiro livro importante (O Projeto). Vygotsky deve ser lembrado não pelo errôneo suposto do caráter primaz da linguagem sobre o pensamento, na formação de conceitos, nem pelo seu Behaviorismo e Marxismo, mas pela importância dada à interação social no processo de aprendizado. Para saber mais sobre isso.

 

De um modo geral, podemos comparar os cinco autores através da tabela abaixo criada por mim:

Valorização Freud    Chomsky  Vygotsky Piaget   Skinner 
Inatismo

nulo
Ambientalismo
Construtivismo nulo nulo nulo
Empiricismo
Genética nulo nulo nulo nulo nulo
Tábula rasa nulo nulo
Valorização Freud    Chomsky  Vygotsky Piaget   Skinner 
Mente nulo
Cérebro nulo
Informação nulo nulo nulo nulo
Neurociências nulo nulo nulo
Seleção Natural nulo nulo nulo nulo
Drive sexual nulo nulo nulo
Valorização Freud    Chomsky  Vygotsky Piaget   Skinner 
Trauma emocional
Conflito social
Regras sociais