Diversas organizações de médicos e psiquiatras, e mesmo de leigos, dizem representar a psicanálise,
incluindo a conhecida Sociedade
Brasileira de Psicanálise
Essa
teoria tinha raízes antigas no senso-comum judaico-cristão do Ocidente e
nas especulações neuro Para Freud, pois, o aprendizado surge e se impõe fundamentalmente a partir do trauma de infância, de conflitos afetivos não elaborados ou mal elaborados, e de relações sociais e intrafamiliares infantis incapazes de conduzir à superação narcísica natural da criança. Para Freud, pois, condicionamentos sociais, educação formal, processos cognitivos mentais universais como os propostos por Piaget, ou mera presença de valores e esquemas sociais através da linguagem compartilhada, não são capazes de explicar adequadamente os comportamentos e a existência individual. Assim como não são capazes de explicar a variabilidade individual, nem capazes de curar doenças e resolver problemas, como a neurose.
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Tratava-se de uma antropologia baseada numa primatologia imprecisa, onde as diferenças entre humanos e outros macacos era exagerada, sugerindo um "salto qualitativo" em favor dos humanos |
Décadas de pesquisa empírica jamais conseguiram ligar os sintomas observados por freud a acontecimentos de infância, como aqueles que seriam mais representativos das "fixações parciais" |
Para Freud, corretamente, as crianças não eram "adultos em miniatura" como se acreditara por muitos anos, mas, por outro lado, eram como seres de outro planeta que obedeciam a leis próprias de desenvolvimento. O trauma na criança era visto, erroneamente, como sendo mais formativo que no adulto. |
A frenologia foi uma ciência criada pelo médico Franz Gall (1758-1828) no final do século XVIII. Acreditava Gall, corretamente, que era possível descrever e até mesmo prever certas características comportamentais e mentais humanas (sentimentos, tendências de comportamento, aptidões cognitivas, atitudes e caráter) através de estruturas cerebrais organizadas e diferenciados em "módulos". Errou, no entanto, ao crer, grosseiramente, que as "bossas do crânio" podiam ser indicadores daqueles módulos. O precursor da modularidade cerebral acabou caindo em descrédito, servindo de chacota para seus colegas. A frenologia, no entanto, tornou-se tão popular na Europa quanto hoje ainda é a astrologia. |
A literatura de ficção em geral possui papel importante na Psicanálise. Freud usou dados biográficos e mesmo de ficção, além de relatos informais e indiretos, para ilustrar "realidades psíquicas" como se os mesmos tivessem o mesmo status de experiências científicas ou diretas com a relidade. Para o homem vitoriano, aquilo que um indivíduo sincero falava era a exata realidade objetiva de sua existência, vontade e sentimentos; ou então era uma verdade objetiva indireta, passível de ser a semente de uma verdade consciente objetiva a ser conquistada. De uma forma ou de outra, aquilo que um homem vitoriano dizia, fosse literatura, senso-comum, religião ou uma simples conversa, era a medida exata e racional de seus fatos e explicações racionais. Para que, então, usar-se método científico e outros recursos que não fossem a expressão do pensamento humano - a própria fala? A cognição pertencia ao domínio da linguagem e da consciência racional. O homem vitoriano supostamente "sabia de si mesmo": e, ou sabia ao natural, ou saberia através do divã, desconstruindo indireções até chegar à fonte inconsciente (na infância, um dia, consciente!) da máscara consciente adulta. Todo o estudo de Freud que, supostamente, liga a homossexualidade masculina à paranóia e esquizofrenia baseia-se em fontes literárias. Seria a ficção literária útil ao trabalho científico relativo à mente e ao comportamento? Cremos que a literatura e relatos são válidos apenas como inspiração. Freud, no entanto, tratava textos de ficção ora como ilustração, ora como prova empírica de suas teorias. Além disso, a literatura alemã, com toda sua semiótica (estudo dos símbolos) e mistura com filosofia metafísica de época, também foi particularmente nefasta no sentido de manter a Psicanálise no caminho da anticiência e apartada da busca de dados humanos em separado da mera ficção. |
Para Freud, o humano passava por fases ou etapas de maturação biológica que o tornavam dependente dos traumas e das cicatrizes do passado. Embora esse seja o senso-comum no Ocidente, pelo menos desde Shakespeare (as flechas da fortuna ultrajante... Hamlet) Freud revestiu esse velho conceito de uma aparência científica. Toda vez que uma etapa não era "bem elaborada" pela criança, haveria uma "fixação" naquele estágio, produzindo uma perda de "energia" que deveria ser necessária na superação dos estágios seguintes. Assim, se você tivesse dificuldades na fase oral, haveria fixação, e as próximas fases seriam de pior elaboração (gerando, p.ex., as "perdas afetivas" supostas causadoras de depressão) - e você poderia, por exemplo, tornar-se um alcoólatra devido à fixação oral ocorrida na infância. Toda essa metodologia, não é preciso dizer, é ad hoc e imune a críticas ou testes empíricos. Além disso, o "etapismo" enquanto conceito, em Psicologia, foi largamente abandonado em seus diversos campos, e não apenas na Psicanálise. |
Teoria de Franz Anton Mesmer (1733-1815), médico austríaco, segundo a qual todo ser vivo seria dotado de um fluido magnético capaz de se transmitir a outros indivíduos, estabelecendo-se, assim, influências psicossomáticas recíprocas, inclusive com fins terapêuticos. |