Jean
William Fritz Piaget, nasceu em Neuchâtel e morreu em Genebra, na Suíça
com 85 anos. Com 10 anos, publica um artigo sobre o pardal albino e,
durante a adolescência trabalha na secção de moluscos de um museu, para
além de escrever artigos de sobre zoologia. Formou-se em ciências
naturais com 21 anos e, um ano depois doutorou-se em zoologia. Em Zurique,
passa a interessar-se e a estudar psicologia e psiquiatria.
Algum
tempo depois, desenvolve trabalhos no laboratório de Alfred Binet, em
Paris, investigando o desenvolvimento intelectual da criança a partir de
testes elaborados pelo investigador francês. É este trabalho que o irá
motivar a desenvolver as suas pesquisas na área da psicologia do
desenvolvimento. Com
27 anos, escreve o seu primeiro livro de psicologia “A linguagem e o
pensamento na criança”. Em 1925, ocupa o cargo de professor de
filosofia na sua cidade natal. Na década de 50, funda, congregando
investigadores de vários ramos do saber, o Centro Internacional de
Epistemologia Genética da Faculdade de Ciências da Universidade de
Genebra, de onde saíram importantes obras de psicologia cognitiva.
Leciona a disciplina de psicologia da criança, a partir de1952, na
Sorbonne, Paris. Durante esse período - cerca de onze anos - , desenvolve
trabalhos sobre a inteligência com o grupo de investigadores da Escola de
Binet e Simon, autores do
primeiro teste de inteligência para crianças. Piaget
revolucionou as concepções de inteligência e de desenvolvimento
cognitivo partindo de pesquisas centradas na observação e em diálogos
que estabelecia com as crianças. Interessou-se fundamentalmente pelas
relações que se estabelecem entre o sujeito que conhece e o mundo que
tenta conhecer. Considera-se um epistemólogo genético Jean
Piaget foi biólogo, zoólogo, filósofo, epistemólogo e psicólogo. Esta
experiência de vida e uma vasta cultura científica impregnaram a sua
obra com contribuição da biologia, cibernética, matemática, filosofia
e sociologia. Escreveu mais de 100 livros e artigos, alguns dos quais
contaram com a colaboração de Barbel
Inhelder. Entre eles, destacamos: Seis estudos de psicologia, A
construção do real na criança, A epistemologia genética, O
desenvolvimento da noção de tempo na criança, Da lógica da criança à
lógica do adolescente, A equilibração das estruturas cognitivas. Piaget
desenvolveu estudos sobre os próprios processos metodológicos,
concretamente o método clínico e a observação naturalista. Estes métodos
correspondem a importantes avanços na investigação em psicologia. Até
morrer, Piaget estudou, escreveu, participou em congressos, polêmicas e
debates públicos. Foi uma personagem carismática, pela forma empenhada,
crítica, interdisciplinar e criativa como orientou as suas investigações. Piaget
dedicou a maior parte da sua longa carreira ao estudo cuidadoso de crianças
e de adolescentes muitos dos quais acompanhou durante extensos períodos
de tempo. O seu objectivo era o de traçar o curso do desenvolvimento
cognitivo. Queria ser capaz de explicar por que razão as crianças mais
novas parecem não ter capacidades intelectuais são características das
crianças mais velhas e dos adultos. Piaget
desconhecia o moderno conceito físico de informação, DNA, computação
e gene A sua perspectiva é também
considerada psicogenética porque pela primeira vez é atribuído um papel
ativo ao sujeito na estruturação do conhecimento. Fala também na existência
de duas estruturas – invariantes
funcionais – que são processos mentais que permitem o
desenvolvimento (estão sempre a actuar e presentes ao longo de todo o
desenvolvimento). A primeira delas é a assimilação que permite ao indivíduo
incorporar, reter e captar os dados da experiência. A Segunda é a
acomodação que é o processo mental, através do qual se vão
modificando as estruturas existentes em função da experiência
relacional com o meio. Para Piaget, quanto mais inteligente, mais adaptado
ao meio o indivíduo está. A
concepção de desenvolvimento para Piaget é descontínua, qualitativa e
preconiza uma ordem de sucessão constante: o estádio seguinte
caracteriza-se pelas novas características mas integra o nível de
conhecimento anterior. Piaget salienta quatro fatores de desenvolvimento. A hereditariedade e a maturação fisiológica e neurológica é o primeiro fator e chama a atenção para os papeis inatos. Relativamente aos fatores externos, ele define o segundo e o terceiro fatores. O segundo é a ação física sobre os objecos e a experiência física, isto é, a possibilidade que a criança tem de se relacionar com os objetos. O terceiro é o fator educacional no sentido lato que diz respeito a todo o processo educativo e a todas as experiências educacionais que a criança é sujeita. O quarto fator é chamado de equilibração que é um mecanismo que permite que os três fatores anteriormente mencionados se organizem entre si, permitindo a autoregulação no sentido da coerência.
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