A teoria chomskyana, com seus pressupostos, especialmente do inatismo e da competência lingüística, foi outro teoria de aprendizado (ou, talvez fosse melhor dizer, a negação daquelas) que influenciou a mudança no ensino de línguas e o enfoque das teorias do aprendizado, tendo direcionado as preocupações pedagógicas em novas direções.

O inatismo, segundo o próprio Noam Chomsky (1965), seria a capacidade inata que o indivíduo tem para adquirir a linguagem através do LADEm 1972, foi demonstrado que por critérios de economicidade, sempre argumetnados por Chomsky, poderia haver um número lógico possível infinito de GUs (gramáticas universais), o que, certamente, enfraquece a idéia de um dispositivo humano igual e universal de linguagem subjacente a todas as linguas (Language Acquisition Device), órgão que, juntamente com outros, propiciaria a aquisição da língua materna; e a competência lingüística seria a capacidade que todo falante nativo tem de adquirir a gramática implícita de sua língua materna pela exposição natural a ela. Este pressuposto considera a existência de uma gramática universal, comum a todos os falantes. O enfoque da teoria lingüística de Chomsky (1965) se concentrava nas habilidades abstratas que os falantes possuem capacitando-os a produzir sentenças gramaticalmente corretas em uma língua, mas acabou fornecendo muitos argumentos fortes contra o behaviorismo e contra o construtivismo (piagetiano em particular) razão pela qual decidi incluir Chomsky como um pensador das teorias do aprendizado neste estudo.

Uma Visão Quase Moderna de Cérebro e Cognição. 

Ao contrário da época de seus contemporâneos e de Freud, Chomsky já tem uma visão computacional, matemático-cognitiva da informação, e cerebral (modular) do problema do aprendizado, performance e competência. Assim sendo, Chomsky tem a vantagem de dispor, desde cedo, de algumas evidências da relevância das ciências de cérebro e inteligência artificial em seu favor. Chomsky defende a tese da existência de um processo inato de maturação (curiosamente à semelhança do jovem Freud) em que o que descrevemos como aprendizado nada mais é que a instanciação, com inputs ambientais, de estruturas cognitivas inatas, como o "órgão da linguagem". Para Chomsky, pois, não tem sentido em falar-se de aprendizagem da mesma forma em que não há sentido em falar do crescimento de um braço ou do desenvolvimento da visão em crianças, como sendo "aprendizagem", i.e., algo "conquistado" com a contribuição de especificidades terminais do ambiente. O ambiente é necessário, apenas, para oferecer, em raros períodos críticos, a quantidade mínima básica de inputs para gerar um desenvolvimento pré-programada no sujeito. O meio não condiciona (como queria Skinner) e não enriquece qualquer interface, na medida em que todo o aprendizado se resume a um programa de maturação "permitido" pela presença ou não de inputs do meio.