2. Conceituando mobilidade
Sabemos o quanto a convergência tecnológica é responsável por gerar ambientes informacionais nos quais tudo se integra e de onde a tudo se pode acessar. As tecnologias de computação móvel, ou os dispositivos móveis, representam uma importante evolução nessa direção.
Quando pensamos em exemplificar os dispositivos móveis, logo nos vêm à mente o mais conhecido deles: o celular. Observe como o mesmo evoluiu em sua função. Se antes tratava apenas de telefonia, hoje utiliza a convergência tecnológica, disponibilizando comunicação e informação instantânea via texto, imagem, vídeo, além de recursos de gerenciamento, como agenda, notícias e outras informações via Internet e web.
Telles (2006) ressalta a importância do papel destinado ao telefone celular na educação e pontua que, em um futuro próximo, alunos e professores irão para a escola com pleno domínio do uso dessa tecnologia, o que ainda não acontece com computadores e PDAs.
Segundo Keegan (2002), o telefone móvel está transformando-se em um dispositivo para aprendizagem pessoal, com a possibilidade de acesso à Internet e uma ampla gama de outras possibilidades que permitem, por exemplo, manter o estudante a distância em contato com a instituição, com os serviços de suporte, com os materiais e com seus colegas, tanto no ambiente de aprendizagem propriamente dito como em casa ou em viagens. Neste sentido, a um pulsar de botão, a mensagem pode estar acessível onde quer que o usuário esteja; a mensagem chega junto ao mesmo, de forma íntima.
Para Mendes (2007), o uso de dispositivos móveis na educação pode constituir-se desde o envio de uma mensagem SMS, lembrando o aluno de uma data importante, até a entrega de um trabalho, ou mesmo indicando a disponibilização de mais um módulo de curso na plataforma de e-learning. Neste contexto, segundo a autora, a modalidade é complementar ao sistema de e-learning.
Um dos principais responsáveis pela disseminação e uso de telefones celulares é o baixo custo dos aparelhos e dos serviços de telefonia móvel em comparação aos valores dos computadores e serviços de acesso à Internet, que nos últimos anos teve uma redução significativa em relação ao preço de um computador.
Internet, que nos últimos anos teve uma redução significativa em relação ao preço de um computador.
Mas não só a capacidade convergente da telefonia celular vem destacando-se na mobilidade a que aqui estamos nos referindo. Seu caráter definitivamente novo, em relação ao lugar e ao tempo para comunicação e informação, é que vem estabelecendo mudanças em nosso dia-a-dia.
Diante de uma sociedade pautada pela comunicação instantânea, dispor de dispositivos que permitam um modelo móvel de comunicar e de informar certamente altera o sentido do estar aqui, lá ou acolá, não é mesmo?
Afinal, qual o sentido da mobilidade? Não há um duplo sentido, mas uma diferenciação importante, ou seja, falamos de dispositivo móvel (tecnologia), por um lado, e por outro, de conteúdo, encontrado a partir de qualquer lugar e em qualquer tempo por meio desses dispositivos.
Então, percebeu que o dispositivo móvel é o que gera a mobilidade? E que a mobilidade ultrapassa a definição tecnológica, indo mais além, no sentido de outras possibilidades frente ao mundo digital, da comunicação e da informação?
Vamos, então, aproximar-nos dos significados tecnológicos da mobilidade para, em seguida, estabelecermos uma articulação entre mobilidade e educação.